sexta-feira, dezembro 28, 2018

Às vezes o mundo dói-me,
e é uma dor indefinida,
algures entre a mente e a alma.

A imprecisão dos versos escrevinhados
ajuda a não compreender,
torna tudo  tranquilamente perplexo

Como se a Terra se conformasse,
ou eu,
com a inquieta perfeição do nevoeiro.


quarta-feira, dezembro 26, 2018

Olá blogue

Querido blogue,
não me atrevo a dizer que volto à escrita. Talvez sim, talvez não.
Três anos passaram desde o último texto que aqui escrevi, e a minha vida deu uma imensa volta. Assim tipo até à Austrália, que fica nos antípodas.
Deixei de trabalhar em perfumaria. Ha dois meses voltei à minha aldeia, e à minha casa de menina. Agora é a minha casa de mulher. Como há muitos anos era desabitado, o primeiro andar onde agora vivo ainda está muito longe de ficar arrumado, ou sequer limpo. Desde teias de aranha a dinossauros, há de tudo. E há eu (hei eu?), mulher destemida. E três gatos: a Nuvem, minha gatinha de sempre, velhota e ciumenta; a Líchia Picasso, uma gata-menina tricolor enérgica como só ela; e o Caramelo Deleite, o benjamim.
Quanto a projectos profissionais, ainda dormem a sono solto. Pûs-lhes o despertador a tocar para o início de 2019, não falta muito. Por enquanto cuido da minha mãe, que já vai precisando. E reflito. E leio. Escrevo, tricoto, passeio.
Hoje estive a ver fotografias de quando eu era "perfumeira", e foi ainda há pouco tempo. Não tenho ponta de saudades. Fechou-se um ciclo. À chave.


E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...