quarta-feira, janeiro 02, 2019

Coisas de nada. Nada de coisas.

Estou aqui. Defronte de um copo que foi de vinho do porto. Branco. Fresco. Aqui a pensar se peço outro.
Vim para o café da aldeia, e aqui estou, sozinha no meio da multidão barulhenta, que vê um qualquer jogo de futebol. Benfica - Portimonense, ao que parece. Eu peço mais um porto, e uma água Castello.
As noites deste Janeiro recém-nascido estão frias. Aqui ao lado havia uma simpática salamandra aquecida, que alguém não tão simpático desaqueceu. Ou deixou desaquecer. Suspeito que este verbo não existe, mas nem por isso tem menos direito a figurar aqui. Eu também não existo, dizem-mo muitas vezes. E contudo, penso. Vês tu, Descartes? Nem tudo é assim tão linear como "penso, logo existo." Repenso e resisto.

Se eu morresse amanhã, alguém publicaria algures este meu texto, que seria o último. Alguém diria: "Coitada, uns morrem, outros ficam assim. Esta ficou assim, e depois morreu."

Prometi-me não deixar este blogue ao abandono. Mas nota-se muito que não tenho assunto?
Vou beber o resto do vinho do porto. Pronto. Ponto. Porto.

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...