tag:blogger.com,1999:blog-210999832024-03-08T00:27:41.337+01:00Mimo e maresiaO sabor do mar. O saber dos amigos. O calor de um afago.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.comBlogger764125tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-59711525539675216752022-09-19T14:38:00.002+01:002022-09-19T14:47:59.726+01:00 E quando és tu a errar (muito)?<p><br /></p><p>Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito injusta com alguém a quem acusei de algo que não fez.</p><p>Morri de vergonha e de culpa.</p><p>Pedi perdão, claro, e estou a tentar corrigir o mal que fiz. Aceito as consequências que vierem. Foi preciso coragem para reconhecer o erro, assumi-lo e pedir perdão. Uma pessoa fica quebrada em muitos pedaços, a própria consciência grita. Mas nada há a fazer. A palavra dita não volta atrás, o passado não tem correcção.</p><p><br /></p>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-11368114021211634822022-09-16T13:49:00.002+01:002022-09-16T13:49:14.085+01:00<p>Ainda alguém lê blogues?</p><p>Não sei, nem tão pouco me interessa. Acontece que me apeteceu escrever.</p><p><br /></p><p>Ontem li algures que toda a compulsão esconde um imenso vazio. Eu tenho que admitir, ainda que seja só perante mim, que tenho compulsão por comida. (E obviamente não é apenas perante mim que o admito, visto que estou a escrevê-lo aqui.) Não preciso de ter fome para querer comer, e normalmente coisas não assim tão saudáveis.</p><p>E depois, tenho algum vazio emocional? Sim, tenho, Quem não? Contudo sinto-o mais desperto, muito mais, depois da treta lixada dos confinamentos. No primeiro estava em casa com a minha mãe, tinha ela 83 anos. Nessa altura ela teve um surto demencial de que nunca mais recuperou. E as minhas bases foram ruindo. Eu não tinha ideia do que era a demência antes de conviver de perto com ela. Mexe com tudo, não apenas com o raciocínio ou a memória. No caso da minha mãe, ela tinha alucinações, não dormia, falava alto, dia e noite, com os seus amigos e familiares que haviam morrido há décadas, nenhum medicamento a fazia descansar. Eu passei a ser, na cabeça dela, uma das suas principais inimigas, bêbeda e leviana. Tornou-se agressiva,</p><p>Acabou por ir para o lar, e fiquei sozinha em casa. Veio o segundo confinamento. Duríssimo. Apesar de ter larga experiência de viver sozinha, e até me dava bem com isso, nunca antes me tinha sentido tão só. Manhãs, tardes e noites sem ter ninguém por companhia, ninguém, ninguém para escutar, ninguém que me escutasse... Vieram vindo os temores e fragilidades antigos, que eu julgava ter sepultado. Mais tarde, arranjei emprego e voltei a rotinas mais saudáveis. Melhorei. Mas ficaram abertas feridas que vou ainda tratando a betadine e compressas várias.</p><p><br /></p><p>Porque raio me apeteceu escrever um texto tão pessoal? Vá-se lá saber! Mas como não é proibido, e já que aqui está, aqui fica.</p>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-26807902015903467112021-10-03T16:18:00.003+01:002021-10-03T16:18:38.348+01:00Parar de novo, uma e outra vez.<p>O mundo anda estranho. O mundo estranho, anda, ainda assim. Apesar de se avistarem tubarões junto à praia da Figueira da Foz - notícia outrora só aceitável num qualquer dia 1 de Abril... -, o mundo anda. E eu com ele, rolando em águas ora tranquilas, ora agitadas. Hora tranquila, hora agitada...</p><p>Nesta procrastinação tão comum e de que tanto se fala agora, vou-me desculpando dizendo a mim mesma que não é apenas preguiça. E não é. Mas sendo possível combatê-la, não há desculpa...</p><p><br /></p>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-24393048852978671392020-11-06T21:23:00.000+01:002020-11-06T21:23:27.617+01:00Começar de novo, uma e outra vez.<p> Estes tempos são mais do que duros, são duríssimos.</p><p>Instalou-se-me na alma uma tristeza que não dá mostras de querer passar. Mas passa, que eu sei que passa sempre.</p><p>Entretanto decidi cuidar do corpo, já que a alma me anda arredia.</p><p>Dormir cedo, acordar cedo, comer menos.</p><p>Ser frugal. Ser sóbria.</p><p>Está época há-de passar. Oxalá consigamos todos sair com alguma sanidade mental.</p>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-81148838734332847612020-10-18T14:41:00.007+01:002020-10-18T18:45:40.030+01:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijrmiQbqyyYAZnoZKGhu-VYJziPZ1vctv1UEE2N4yQ1gcifXMzoBbx9oc-DQ0nVtj-W_zblCa4E8K_m2YBpQDJ_LX762YbWq93725-mRIKYEWph5eMVFxbn4PhRxzFO1HOqwJ8Jg/s960/121844288_648739389349219_8333260375762314006_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijrmiQbqyyYAZnoZKGhu-VYJziPZ1vctv1UEE2N4yQ1gcifXMzoBbx9oc-DQ0nVtj-W_zblCa4E8K_m2YBpQDJ_LX762YbWq93725-mRIKYEWph5eMVFxbn4PhRxzFO1HOqwJ8Jg/w507-h381/121844288_648739389349219_8333260375762314006_n.jpg" width="507" /></a></div><div><br /></div><span style="color: #2b00fe;"><b>Para sempre, o amor.</b></span><br /> Começo esta nova etapa do blogue com uma fotografia dos tempos em que elas só chegavam até nós em papel fotográfico.<p></p><p>Era no tempo em que ainda todos estávamos vivos. Há uma multidão de gente que consigo ver quando olho para esta fotografia; eles eram o nosso mundo. Ou ainda são. Muitos deles já do outro lado da vida, agora, mas ainda connosco, A esta distância, que me ajuda a coar as impurezas dos dias, parece-me ter sido um tempo feliz. Mas não foi. Era a época das grandes e dolorosas aprendizagens, quando o meu mundo estava em ebulição quase permanente. Tudo se revolvia, tudo se questionava, tudo me inquietava. Eu não sabia, mas era bonita na minha turbulência, a crescer. </p><p>Sentada no peitoril da janela donde se avistava o mar a uns 100 metros, na companhia da minha prima irmã, soprando bolas de sabão... era quase fim de tarde e respirávamos. Ou sorvíamos, se calhar é mais isso. Ainda sinto a brisa do mar que trouxe daquela tarde de Setembro. Em 1987, creio.</p>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-71886473038765435872019-01-02T22:26:00.000+01:002019-01-02T22:38:37.528+01:00Coisas de nada. Nada de coisas.Estou aqui. Defronte de um copo que foi de vinho do porto. Branco. Fresco. Aqui a pensar se peço outro.<br />
Vim para o café da aldeia, e aqui estou, sozinha no meio da multidão barulhenta, que vê um qualquer jogo de futebol. Benfica - Portimonense, ao que parece. Eu peço mais um porto, e uma água Castello.<br />
As noites deste Janeiro recém-nascido estão frias. Aqui ao lado havia uma simpática salamandra aquecida, que alguém não tão simpático desaqueceu. Ou deixou desaquecer. Suspeito que este verbo não existe, mas nem por isso tem menos direito a figurar aqui. Eu também não existo, dizem-mo muitas vezes. E contudo, penso. Vês tu, Descartes? Nem tudo é assim tão linear como "penso, logo existo." Repenso e resisto.<br />
<br />
Se eu morresse amanhã, alguém publicaria algures este meu texto, que seria o último. Alguém diria: "Coitada, uns morrem, outros ficam assim. Esta ficou assim, e depois morreu."<br />
<br />
Prometi-me não deixar este blogue ao abandono. Mas nota-se muito que não tenho assunto?<br />
Vou beber o resto do vinho do porto. Pronto. Ponto. Porto.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VLZvCaO4RxJX83yirXpg6Rkb2-RW7q5Hl6BK3USuIMeYVp6slRTTIm0p-1k3n6OqYm8wsJUHnU-r9GzuL189ZrwOvmhf61iDLsX6Ve3Xogqf6_xpgomzeUwadcPuTpJw7niA4g/s1600/IMG_20190102_213103.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VLZvCaO4RxJX83yirXpg6Rkb2-RW7q5Hl6BK3USuIMeYVp6slRTTIm0p-1k3n6OqYm8wsJUHnU-r9GzuL189ZrwOvmhf61iDLsX6Ve3Xogqf6_xpgomzeUwadcPuTpJw7niA4g/s640/IMG_20190102_213103.jpg" width="480" /></a></div>
Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-61164089948548296782018-12-28T19:36:00.001+01:002018-12-28T19:40:32.926+01:00Às vezes o mundo dói-me,<br />
<div>
e é uma dor indefinida,</div>
<div>
algures entre a mente e a alma.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A imprecisão dos versos escrevinhados</div>
<div>
ajuda a não compreender,</div>
<div>
torna tudo tranquilamente perplexo</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Como se a Terra se conformasse,</div>
<div>
ou eu,</div>
<div>
com a inquieta perfeição do nevoeiro.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-17766657168387850562018-12-26T22:41:00.001+01:002018-12-26T23:11:18.146+01:00Olá blogueQuerido blogue,<br />
não me atrevo a dizer que volto à escrita. Talvez sim, talvez não.<br />
Três anos passaram desde o último texto que aqui escrevi, e a minha vida deu uma imensa volta. Assim tipo até à Austrália, que fica nos antípodas.<br />
Deixei de trabalhar em perfumaria. Ha dois meses voltei à minha aldeia, e à minha casa de menina. Agora é a minha casa de mulher. Como há muitos anos era desabitado, o primeiro andar onde agora vivo ainda está muito longe de ficar arrumado, ou sequer limpo. Desde teias de aranha a dinossauros, há de tudo. E há eu (hei eu?), mulher destemida. E três gatos: a Nuvem, minha gatinha de sempre, velhota e ciumenta; a Líchia Picasso, uma gata-menina tricolor enérgica como só ela; e o Caramelo Deleite, o benjamim.<br />
Quanto a projectos profissionais, ainda dormem a sono solto. Pûs-lhes o despertador a tocar para o início de 2019, não falta muito. Por enquanto cuido da minha mãe, que já vai precisando. E reflito. E leio. Escrevo, tricoto, passeio.<br />
Hoje estive a ver fotografias de quando eu era "perfumeira", e foi ainda há pouco tempo. Não tenho ponta de saudades. Fechou-se um ciclo. À chave.<br />
<br />
<br />Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-3333953504663865282015-08-22T01:35:00.000+01:002015-09-30T19:13:09.065+01:00Considerações duma alma siderada.<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
As relações abertas deixam passar muita corrente de ar e um gajo acaba constipado.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E as cabeças abertas? As cabeças abertas são do pior, é sangue por todo o lado e massa encefálica à vista.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-top: 6px;">
Por favor, senhores, fechem as cabeças e as relações!</div>
Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-23208716652915521072015-07-28T03:23:00.001+01:002015-07-28T03:23:39.894+01:00<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
Às vezes tenho pensamentos estranhos. Olho para os velhos e vejo que lhes sobra pele por todos os lados, enrugam-se e encolhem. Pergunto-me se vamos mirrando dentro da pele que antes envolvia um corpo inteiro; talvez o processo de envelhecer seja esse, mirrar. Se não morrêssemos antes, acabaríamos por desaparecer por dentro; de nós sobraria apenas pele, e os vindouros poderiam usá-la para fazer tapetes. Se tivéssemos pêlo e o pêlo resistisse ao nada.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-top: 6px;">
(Juro que bebi apenas água.)</div>
Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-67626089910117893712015-07-22T16:09:00.001+01:002015-07-22T16:09:29.627+01:00Até logo, pai.No dia 17, após uns dias de internamento hospitalar no que suponho tenha sido intenso sofrimento, o meu pai faleceu.<br />
Tinha 83 anos e viveu uma vida muito complicada: a morte da mãe no dia do seu nascimento marcava o início. Sofreu abandono familiar por parte do pai (nunca a coisa foi colocada nesses termos, eu é que o entendo assim) e uma infância carregada de responsabilidades de adulto. Uma infância sem mimo e sem riso. Passou fome. Trabalhou para além do que seria razoável pedir-se a uma criança. Naquela altura era normal e não creio que "pedir" seja o verbo adequado. Como adulto, não foi o pai que eu idealizava. Atrever-me-ia a dizer que não foi o pai de que eu precisava. Mas foi o melhor pai que soube e pôde, estou em crer. Agora partiu, para viver a sua verdadeira vida, do lado do tempo em que o tempo não conta.<br />
No dia em que faleceu, estive tranquila. Aquele pareceu-me o desfecho sereno e desejável de uma vida carregada de sofrimento, e particularmente quando nos seus últimos anos estava acamado. Agora não sei como estou.<br />
<br />Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-45066662930512609232015-06-11T16:43:00.002+01:002015-06-11T16:43:53.216+01:00Tenho uma bicicleta guardada na garagem. É verde, linda, simpática e disponível. Já eu... Macacos me mordam se não pego nela, não lhe limpo o pó e não vou passear. E é amanhã. E entretanto, pelo sim pelo não, vou manter-me afastada do jardim zoológico.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-50923629373863973932015-06-11T16:27:00.003+01:002015-06-11T16:27:58.859+01:00Ontem alguém me disse que era feliz. Pedi-lhe um autógrafo.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-83652049960754264502015-06-03T02:33:00.001+01:002015-06-03T02:36:43.333+01:00Gosto dos livros antigos, de mergulhar neles o meu distinto nariz, de aspirar aquele cheiro das páginas envelhecidas. Cheiro de memórias e de momentos distantes, nem sempre meus, os momentos ou as memórias. Os livros antigos contam histórias paralelas às dos textos. Os livros antigos cheiram a outono. E gosto.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-7931772019658392782015-06-02T01:40:00.001+01:002015-06-02T01:40:38.674+01:00Não tenho escrito. Nem aqui, nem em papel, nem em pergaminho, nem em qualquer outro suporte. Não tenho lido. Não tenho orado. Não tenho. Vem um dia em que me sinto pouco viva, em que sinto a falta de coisas bonitas, a falta que me faz a poesia. Não falo de poesia em verso, falo dos dias que são poemas. É preciso procurar para encontrar. É preciso querer para ter. Estarei de volta?<br />
Olá vida!Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-70479239216397757662014-12-06T15:01:00.000+00:002014-12-06T15:02:24.786+00:00Dói-me a cabeça. Muito, muito. Por mim, não ia trabalhar; enfiava-me na cama à espera que o mundo girasse um pouco mais, para ficar exactamente igual. Pois, mas se fizesse isso, eu ficaria <i>exactamente</i> diferente no final do mês: para pior. E para pior, cantava o outro, já basta assim.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-84346348209515671972014-09-13T00:34:00.001+01:002014-09-13T00:34:24.503+01:00O facebook não basta. Não é possível abrir a alma no facebook. Nem se deve. O blogue é mais intimista, menos apressado, mais pessoal. Ainda assim também não é aqui que posso falar do que vai cá por dentro. Este meu "cá dentro" é um mundo do tamanho cá de fora. Não consigo nem posso dizê-lo. Às vezes tenho a sensação de que me engasgo e me afundo no meio do que sinto. Sou pequena demais para mim, pequena demais para suportar e conciliar o que sou. Em certas alturas, como hoje, como agora, suplico a Deus um abraço de pai, com direito a lágrimas meninas no tecido da Sua veste, contra o Seu peito. Eis-me à beira dos cinquenta anos, e tão precisada dum pai como um recém-nascido. Shame on me. Ou, como dizia a minha mãe antigamente, vergonha te mate. Vergonha tomate.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-5865376422706018382014-09-11T01:50:00.000+01:002014-09-11T01:50:07.165+01:00<i>Gostava de saber de que massa sou feita para a dor dos outros me doer como dói. Quem me pôs cá dentro este coração que se magoa em cada ferida daqueles que amo.</i>Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-81440535201554480822014-09-05T15:14:00.001+01:002014-09-05T15:14:27.211+01:00Sim, eu sei, falamos de tudo, sem antes procurarmos compreender coisa nenhuma. Sim, eu também.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-50156825214704286582014-07-01T20:48:00.001+00:002014-07-01T20:48:58.869+00:00G de gata<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXWMF7yijS1i99UQfPTE4vjBRtJ9K1EI7c1ctM5BAopFs1uyJpIeYulFvYLE4XYVTXw5aUBY7Q_zSgKoVrFpWYZtH9QcCr13CmUhZFncbb0ZMnaeoW0OuRpB72_Bt26L1UZPynAg/s1600/P4160097.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXWMF7yijS1i99UQfPTE4vjBRtJ9K1EI7c1ctM5BAopFs1uyJpIeYulFvYLE4XYVTXw5aUBY7Q_zSgKoVrFpWYZtH9QcCr13CmUhZFncbb0ZMnaeoW0OuRpB72_Bt26L1UZPynAg/s1600/P4160097.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<br />
<br />Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-20661141132826735842014-07-01T20:46:00.000+00:002014-07-01T20:46:26.629+00:00Sabes que mais, Dulce Maria? Nem toda a gente pode gostar de ti, nem todos podem entender-te. Pergunta-te: Tu gostas? Entendes-te? Isso é que é importante.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-41098780218741252612014-06-22T16:35:00.000+01:002014-06-22T16:45:29.250+01:00Sobre a sorte e sobre DeusFalava há uns dias com a Vilma (http://coisasdemim.blogspot.com) sobre sonhos de grandeza, euromilhões e assim. E sobre a confiança em Deus, e sabermos que Ele não deixará que nos falte nada. Apesar da minha fé em Deus, e de querer cada vez mais fazer de Cristo meu modelo e meu amigo, não posso deixar de ser um pouco reticente a esta ideia. Porque enfim, vejo no mundo tanta fome e tanta miseria, pessoas em condições sub-humanas... Nunca direi que Deus seja culpado disso, sei que os culpados são os senhores do mundo e de alguma forma todos nós, que olhamos e pensamos pouco nos outros. Mas Deus permite que a muitos de nós falte o essencial, e a esses não lhes basta a fé. Aliás, esses não terão condições de ter fé, porque têm que procurar sobreviver....Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-70950983256535520072014-05-15T22:42:00.001+01:002014-05-15T22:43:35.165+01:00(des) AbafoO Amor não vem. Não é para mim. Não consta do cardápio da minha vida. E tenho pena, pronto.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-57296238974845523602014-03-19T02:46:00.002+00:002014-03-19T02:47:38.492+00:00InfânciaQuando eu era pequenina comia-se chocolate uma vez por ano. Era normalmente em Agosto, no tempo em que os vizinhos emigrantes vinham passar as férias e o traziam. Chocolates e caramelos de nata, que se colavam aos dentes e eram tão bons! Às vezes traziam roupa e alguma ia ter lá a casa. Diz que eram "as patroas" que a davam. Roupa colorida e perfumada. Há dias um perfume qualquer evocou-me esses dias e eu pensei "cheira a França". Eu tinha três irmãos. Não conhecíamos o "é meu". Era sempre tudo nosso, tudo a dividir por quatro. Era bonito isso, eu acho. Uma vez a minha mãe mandou-me dar um recado a uma vizinha emigrante, e a vizinha deu-me uma tablete de chocolate inteirinha, grande! Grande eram 100 gramas. Eu estava sozinha, ninguém sabia, podia tê-la guardado toda para mim. Mas havia aquele "a dividir por quatro" na minha cabeça. Hoje comi sozinha um Crunch e lembrei-me desse tempo. E do cheiro das bonecas (tive duas) que eu sei exactamente qual é, um cheiro doce e novo e limpo, um cheiro tão reconfortante... nunca conseguimos explicar os nossos "cheiros", e é por isso, por serem tão nossos, que nos fazem felizes.<br />
Um dia, já eu andava na escola na vila, naquilo a que então se chamava o "ciclo preparatório" teria uns 10 ou 11 anos, um amigo dos meus pais levou-me a um café e comprou-me um chocolate. Um "Coma com Pão". Comi-o sem pão. Sozinha, porque aí já as coisas tinham mudado um pouco, já havia coisas minhas. Lembro-me ainda da surpresa imensa e da gratidão. O valor que eu dava a estas coisas. E hoje, em meia hora, enquanto vagueava no facebook, comi 100 gramas de chocolate. Se eu fosse ainda menina, saberia agradecê-lo. A mim própria talvez, à vida, ao meu trabalho.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-21099983.post-12463076175933430992014-02-15T23:54:00.000+00:002014-02-15T23:54:16.774+00:00Pecadora me confesso...Às vezes sou invejosa. Invejo as pessoas que conseguem tudo, trabalhar, ser exemplares na sua família, ter sempre tudo organizado, casa limpa como se não vivesse lá ninguém... É pá, ou há gente sobre-dotada de talento ou eu sou... sei lá, sou.Dulcehttp://www.blogger.com/profile/02954647590754665851noreply@blogger.com4