terça-feira, abril 30, 2013

DIVAGAR, divagarinho. Divagações, di bagacinhos.

Há tanto tempo que não escrevo um texto de jeito que me parece que já nem sei escrever. Será porque me sinto vazia ou porque me sinto intraduzível, não sei bem.
Queria pôr aqui umas fotografias, mas o soalho do meu quarto engoliu-me o carregador da máquina fotográfica, e ela diz que sem bateria não tem obrigação de funcionar.
O meu dia a dia é feito de coisas simples e banais, como sempre foi, e vou rindo e chorando, vou-me emocionando às vezes... E contudo, eu que nunca fui superficial, sinto-me superficial. Ou talvez não eu, talvez superficiais sejam as coisas à minha volta, que não consigo que verdadeiramente me preencham e façam sentido. Sinto falta  de Deus.  Bem sei que Ele está sempre comigo, sou eu que não estou com Ele. Pelas mil distracções dos meus dias e pelo eco de tantas palavras e pensamentos, quando apenas queria acomodar-me nos Seus braços. Dá trabalho, chegar a Deus.
E depois, os meus Amigos, espalhados pelos quatro cantos dum país que não canta. Antes chora, o meu país chora.
Mas estão os meus sobrinhos ao virar da esquina (uma esquina que fica mais ou menos a cem quilómetros, mas vá lá...) que me enchem o coração de abraços e da palavra tão doce... "tia". "Tia" na voz dos meus garotos enche-me por dentro com o rumor de um mantra de paz. Como quando me deito na areia, me confundo com a areia, sou areia, de rosto virado para o mar e ouvidos atentos. O mundo inteiro cabe no som das ondas... tenho saudades de ser simples. Tenho saudades de não ter sono. Porque o meu sono - sinto-o - é falta de vontade de vida,
"Dá-te por feliz por teres um emprego", já sei que mo dirão, eu própria mo digo, mas a felicidade não chega por ser razoável ou justo senti-la. A felicidade É. Ou então não é. Estou farta de centro comerciais. Farta de um centro comercial em particular. Um fábrica de simular alegria. E cada vez mais clientes casmurros e mal dispostos. Cada vez mais gente que pensa que um balcão divide as pessoas do lixo. Sim, eu estou do lado do lixo. Do lado daqueles a quem não é preciso cumprimentar, do lado daqueles a quem às vezes por favor se cumprimenta, o rosto virado para o outro lado. Os não olháveis. Os funcionários fabris de vender sorrisos e objectos. Os funcionários febris.
Mas há os outros clientes: os que olham e falam e sorriem e pedem por favor. Os que compensam. Os que nos alegram as horas de trabalho, aqueles com quem nos rimos e a quem desejamos oferecer o melhor sorriso e o melhor atendimento.
Assim vai a minha vidinha, Assim vai a Vida. E conquanto eu o esqueça demasiadas vezes, ela vale a pena.

sábado, abril 27, 2013

Ler, caminhar, fotografar... talvez uma ajuda para este vazio que sinto na alma.

domingo, abril 14, 2013

Hoje não trago fotografias. Só uma pergunta que me traz perplexa. Nas estatísticas deste blogue as visualizações de página nos EUA ultrapassam largamente as de Portugal. Ora, não conhecendo eu tanta gente assim nos Estados Unidos, e estando este blogue escrito em português (ou não?) a que se deverá este estranho fenómeno?


quarta-feira, abril 10, 2013

# 11 Historietas e tretas


- Ai, Pinóquio, tantos desgostos me dás! És lindo e cada dia mais alegre e cheio de vida, naquele dia em que te moldei fi-lo com um alegria e um amor sem par, nem tu calculas! Entretanto de cada vez que mentes, de cada vez que vejo crescer o teu nariz, é uma espada que me atravessa o coração. Porque hás-de ser assim, Pinóquio?

Assim falava Gepeto, o carpinteiro de Tóquio de cujas mãos saíra esse mítico menino. (Não, não quero chamar-lhe personagem, quero chamar-lhe menino. A gente afeiçoa-se aos bonecos com aventuras estrambólicas como só um menino de verdade podia ter.)

- Ó pá, ó pá!! - explodiu o Pinóquio que nesse dia estava muito mal disposto - que me moldaste com amor... foi foi! Que raio de amor é esse, que me fizeste do nariz um detector de mentiras? Já ouviste falar de humilhação? É o que eu sinto quando o nariz me cresce. Imagina: eu a falar com uma menina de que gosto, mas gosto assim-assim, e digo que gosto muito muito, até à lua e mais além, para lhe roubar um beijo, e o nariz me começa a crescer! Tu achas isso bem? Achas que fizeste alguma coisa de jeito? E depois, além de humilhado, fico feio com o nariz assim, eu que até sou um puto bem giro, não é para me gabar. Isso tenho que reconhecer, fizeste-me jeitoso! Mas sabes que com o nariz comprido não consigo dar beijos às meninas?
E de repente soltam-se-lhe dos olhos grossas lágrimas. - Sabias, Gepeto? Com o nariz comprido não consigo dar beijos às meninas!!
- Vá lá, acalma-te! Olha a poça de lágrimas que me estás a pôr no soalho, um soalho tão caro, que é não sei quê flutuante e me custou uma pipa de massa. Estraga-se com a água, ouviste? Com o cloreto de sódio então, nem quero pensar! Proíbo-te de chorares aqui, ouviste? Vai chorar para a varanda! Aliás este ano o governo lançou aquela lei que é proibido chorar em recintos fechados, mas como andas sempre nas nuvens, não deves saber ainda. E o teu problema resolve-se já!
Não esteve com meias medidas, puxou do nariz ao pobre Pinóquio e arrancou-lho. Pela raíz.
- Pronto, agora já podes beijar à vontade.
- Mas agora estou feio! Olha, eu estou a avisar-te, nunca mais na tua vida me pões a vista em cima.
E desarvorou porta fora, a chorar e a praguejar.
Agora anda por aí, diz que tem fome e que precisa de dinheiro para uma operação estética ao nariz. Ontem encontrei-o à porta do centro comercial, metia dó, coitadinho! Dei-lhe um chocolate e um abraço, ficou um bocadinho mais reconfortado. Alguém por aí conhece um cirurgião estético? Ou, sei lá, diz que há uns programas na televisão onde vão pessoas com dentes tortos ou muitas gordas, e que tratam delas... sei lá! Vejam se conseguem ajudar o meu amigo. Pois é, é meu amigo, a gente afeiçoa-se...


terça-feira, abril 09, 2013

# 10


Esta gatícula  chama-se Nuvem e veio do céu só para me encher de mimos e lambidelas. E eu adoro-a!

segunda-feira, abril 08, 2013

#9 Dias assim


Vontade de ser pequena. Menina linda e amada. Mas hoje consigo apenas sentir-me pequena de espírito e de vontade.

quarta-feira, abril 03, 2013

# 8 - Folga


Este foi o nosso acampamento, meu e da gata Nuvem, hoje. Ainda tentei entregar a declaração de IRS, mas o computador não permitiu. Que lhe doía muito a cabeça, disse.
Agora eu e a gata vamos fazer a cama de lavado e proceder a umas pequenas limpezas para voltarmos a ter licença de habitabilidade deste espaço.
O computador aguenta-se até amanhã com as dores de cabeça, e um brufen no teclado, se for necessário. Amanhã interno-o na clínica dos pc.

# 7


Hoje sou eu que aqui apareço, euzinha agora mesmo, que me fotografou a  câmara do computador. A pensar que por ser tarde e ter sono, já pouco tenho para dizer ao mundo. Pouco exagerada, eu! Ao mundo. Bom, mas a verdade é que as estatísticas dizem que sou lida nos Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, Brasil e Portugal. Que responsabilidade!... :) Hoje eu quero dizer, já meio a bocejar, que quero combater dentro de mim um certo pessimismo e arregalar os olhos e ver bem as pessoas, as coisas, os sentimentos lindos que hão-de salvar-nos a todos. Haja esperança. E que não nos esqueçamos de dar o nosso contributo pequeno para que o mundo seja todos os dias um pouco melhor.

segunda-feira, abril 01, 2013

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...