quarta-feira, novembro 29, 2006

Auto-conselho

Adoça antes o teu sorriso.
Dá brilho aos olhos.
Enterra o que está morto.

Manifesto anti-coisas


Eu não gosto de chorar sem saber porquê.
Eu não gosto de chorar em público.
Eu não gosto de me sentir frágil.
Não gosto de ficar a pensar no que é que as pessoas ficam a pensar.
Não gosto de pedir carinho como um faminto pede um pouco de pão.
Não gosto quando o mundo fica turbo,
quando sinto,
no meio de coisas boas,
que nada é suficientemente bom.

Eu não gosto de não gostar de mim.

Não gosto de ter raiva,
de bater o pé.
Não gosto de amuar.

Não gosto do sabor das minhas lágrimas.
(Vou passar a besuntar a cara com chocolate de cada vez que me sentir triste. Já houve quem comesse "macacos" com açucar, porque é que não hei-de beber lágrimas achocolatadas?)

terça-feira, novembro 28, 2006

Madrugada prazeirosa e caseirinha

Adormeço de cansaço ao fim da tarde, e agora (duas e meia da manhã) não tenho sono. Aposto que terei sono, mais logo, quando o despertador anunciar a hora de levantar. À falta de sono, levanto-me e vou cozinhar o almoço de amanhã. Um cano do lava-louça manifesta o seu descontentamento e enche-me a cozinha de água com detergente. Aproveito a onda (quase literalmente) e lavo a cozinha. Colo no meu cérebro um post it amarelo imaginário - parecido com o amarelo canário - "Lembra-te, mulher, que és pó, não uses o lava-louça que ainda te transformas em lama..."
Almoço feito, e sobejante, decido jantar. Às duas e tal da manhã, couve de bruxelas com peixe e arroz.
Acho que agora vou dormir...
Até amanhã, e "amanhã" é uma forma de dizer...

domingo, novembro 26, 2006

Acordei

com uma vontade enorme de estender o braço, agarrar no telefone e pedir que me trouxessem o pequeno almoço ao quarto. E eu, de robe, ainda ensonada, a abrir a porta do quarto para que o empregado, impecavelmente vestido, deixasse ficar o tabuleiro. Pequeno almoço com ovos mexidos, sumo natural de laranja, essas coisas...
Já vos disse que gostava muito de viver num hotel de luxo?

Não fazer a cama, não me preocupar com louça para lavar, almoço pronto e menu à escolha todos os dias... (Huuummm!!)

Pois, nasci para ser rica.

Não me insultem, ok? É apenas um sonho. E eu sou feliz com a minha vidinha modesta. Outras coisas me deixam infeliz, esta não.

E como fiquei toda a manhã à espera do room service, ainda não comi. Vou ver o que há no frigorífico...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Chuva e vento.
Vento e chuva.
Vontade de não sair de casa, do meu quarto, da minha cama.
Mas já saí!

quinta-feira, novembro 23, 2006

Sapos

Ando um bocadinho malade do estômago.
Chego à conclusão que os sapos que tenho engolido ao longo da vida continuam a coachar cá no interior.
E decidi: nunca mais vou engolir sapos!
Agora vou mastigá-los bem.

segunda-feira, novembro 20, 2006

A vida vai acontecer


quer eu me levante, quer não!
E vai daí, será melhor levantar-me, e colher o que a vida me oferece. Antes que todos os frutos se percam.
Força aí!

Sinto

que me tenho queixado demais, é certo. No blog e fora dele. Mas preocupante para mim não é isso. O blog é meu, quem não quiser não lê, quem se impacientar pode ir andando.
Je me suis dans les encres. Ou nem tanto. O que me preocupa é o que isto revela sobre mim. Uma certa velhice que está querendo instalar-se num canto qualquer do meu coração jovem.

PORRA, QUERO SER FELIZ!!!
Aceito sugestões, mas dispenso críticas.

domingo, novembro 19, 2006


Queria ir deitar-me calma, dormir em paz, conduzir-me para sonhos bonitos de que ando (tão) necessitada.
E nada mo impede.
Excepto esta tensão que me curva os ombros e as costas, a recorrente sensação - que deve ter nascido comigo - de que tudo está completo e nada me completa.
(Recorrente - disse eu -. Mas não permanente. Um dia destes, não sei quando, tudo fará sentido outra vez...)

Não?

A minha gata mais pequena - descobri-o hoje - tem medo da sua própria imagem no espelho. Estranha-se. Desconhece-se. Sendo que o espelho pode ser muita coisa, ocorre-me perguntar se não se passa, às vezes, o mesmo connosco...

Labaredas de água

À noite, ao chegar do trabalho, fui para a rua fotografar coisas que todos os dias ali estão. O vento nas ventas fez-me bem!!! :)

sábado, novembro 18, 2006

...


Apetecia-me ser leve. Flutuar. Deixar-me levar por um sopro. Viver planando de asas abertas por cima da minha vida, atenta mas leve...

quinta-feira, novembro 16, 2006

As minhas manias.

Desafiou-me a Xuinha a contar quais são. Nem sei se devia, mas conto...

Primeiro, diz que é para dizer qual é o regulamento.
Regulamento. Dois pontos. :) :
Cada bloguista terá que enumerar cinco manias suas, o mais estranhas possível, e passar a pasta a outros cinco bloguistas, avisando-os nos seus respectivos blogues.
Quem tiver as manias mais incomuns ganha uma estadia no hospital psiquiátrico mais próximo. Concurso autorizado pelo Governo Civil de Lisboa.

(Ó pá, não tenho paciência para copiar regulamentos. Vão lá ler, faz favor, em http://xuinha.blogspot.com, no texto intitulado Manias.)

E aqui ficam os meus mais bizarros hábitos:

  1. Depois de estacionar o meu velho pópó, ando à volta dele 3550 vezes, para verificar se está fechado, travado, luzes apagadas, etc. Até já me aconteceu, num parque, às duas da manhã, fazer a polícia desconfiar que eu me preparava para roubar o meu próprio carro.
  2. Durmo sempre (especialmente no inverno) completamente tapada. Não suporto um fiozinho de ar que seja a tocar um milímetro quadrado da minha pele.
  3. Quando me sinto contente, corro, pulo e canto (em voz mais ou menos baixa) no meio da rua.
  4. Falo muito sozinha, especialmente depois de ter deixado por dizer coisas que queria ter dito. Digo tudo o que me vai na alma, sempre. O interlocutor é que pode já não estar presente.
  5. Olho muito para o chão. Quase sempre. Na esperança de encontrar dinheiro, talvez.

Passo o T.P.C. à Deep, ao Tsiwari, às minhas amigas Tikka e Limonada e ao Deprofundis. Porque sim. Porque me lembrei deles. E não é bom?

quarta-feira, novembro 15, 2006

Quase nada

A quem ocorreria escrever um texto sobre quase nada, as minhas pequenas rotinas em que decorre quase tudo?...
A mim, ocorreu-me.
Porque este é um espaço de diálogo convosco, e se fico calada muito tempo, sinto a falta das minhas e das vossas palavras.
Como se aqui, nesta pequena janela, e a horas incertas nos encontrássemos. Se no final do dia me falha o encontro, o texto, o comentário, fico um pouco menos completa.

Saio do banho e encontro as gatas à minha espera. Estiveram a ouvir o som da água a correr, que adoram, embora não queiram nada com água que lhes toque o pêlo. A Julie está encavalitada na porta da casa de banho, a Nuvem enrodilhada no balde da esfregona (o balde está seco, claro...) Tão diferentes, as minhas gatinhas! (Jamais imaginaria a Nuvem a equilibrar-se em cima da porta da casa de banho... nem ela se imaginaria, suponho.)

Hoje, vontade e necessidade de ir trabalhar inversamente proporcionais...
Tenho tido as minhas noites povoadas de sonhos mais complicados que a minha vida, e ela, a vida, não é sempre fácil. (Mas é fixe!) De noite há acidentes, discórdias, e sei lá que mais que felizmente esqueço assim que o estado de vigília se me impõe. Ó Freud, please, anda cá ver isto do meu id, que há dentro de mim mundos que quero submersos. Ou não venhas, telefona, que te dará menos trabalho, se lá no assento etéreo onde subiste se consentem telemóveis e o roaming não é incomportavelmente caro.

Vou-me.

terça-feira, novembro 14, 2006

Desconforto

Quase uma da manhã. Prestes a deitar-me, decido-me a ir espreitar o correio. Vizinho no elevador. Extraordinariamente bêbedo. O vizinho, claro.
Peço-lhe que se vá deitar, que não saia.
Percebo nele uma angústia qualquer, para além (ou atrás) da bebedeira. Pressinto e percebo-o num telefonema que me pede para fazer, do telefone cá de casa. "Eu pago-lhe tudo", diz.
"Tudo bem", tranquilizo-o.
Pede-me para aceder à internet. Digo-lhe que sim. E quando fica claro que não consegue sequer escrever o endereço de uma página, peço-lhe gentilmente que saia, que vá para casa (ao lado), que me deixe sozinha, por favor, que quero descansar. Ele sai. Ouço ainda o elevador, e as portas, e as portas, e o elevador. Nunca o vi assim, antes.

Não é um desconhecido. É o vizinho. Sempre solícito, sempre educado.
Deixou-me de recordação uma beata de um cigarro, que não fumou, trincou (literalmente). E deixou-me este desconforto. Preocupação. Porque tão próximos da vida dos outros, estamos tão longe.
Estamos tão sozinhos.
Se ele me tivesse pedido atenção, ajuda, antes de se embebedar, não apenas depois?
Eu teria achado estranho, incomum, mas não lha teria recusado.
E como podia ele saber?
E quando eu me sinto só?! Tão perto que os outros estão, e contudo tão longe de mim!
Mas não, eu não costumo embebedar-me.
Há muito que aprendi que isso só agiganta os meus problemas...

segunda-feira, novembro 13, 2006

Ontem foi assim



A Célia veio ver-me. Levámos umas sandes e fomos espreitar o mar.

Ontem não havia tantas gaivotas.

Ontem conversámos muito, rimos muito, chorei um bocado.

Gosto tanto dela, da minha amiga.

Vamos beber champagne juntas e velhinhas, tremelicantes, quando eu fizer noventa anos. Está prometido.

Tão amiga ela, e há tanto tempo, que é como se fosse família. Da melhor família. Do melhor da família.

Mas ontem recuei a tempos tão longe... e as mágoas desses tempos doeram mais à noite, quando fiquei sozinha em casa.

O sono, entretanto, ajudou-me.

Fascinação


Estamos assim. Fascinadas.
A gata Nuvem com a água corrente, e eu com o computador novo, recém-chegado aqui a casa. E feliz por poder de novo partilhar as MINHAS fotografias, claro!!!

Outra utilidade

para o homem muito brasa:

transportar as garrafas de gás cá para casa.
:)

domingo, novembro 12, 2006

Acção de graças

Por sugestão de uma amiga, li uns livros sobre pensamento positivo, relaxamento, meditação, coisas dessas...

Eu até gostei, só que para mim não faz sentido dar graças ao Universo, ou estar em sintonia com o Cosmos.

Deus, o meu Deus de menina, O que desde menina me acompanha... é Deus.
A Ele agradeço. É no Seu coração que quero estar. Ou trazê-Lo no meu coração.
Qualquer coisa. A mesma coisa.

Não há cá Cosmos ou Universo...

(Haver Universo, há, eu sei... :) Mas o Universo é impessoal. E eu não sei explicar isto melhor... ficamos assim.)

quinta-feira, novembro 09, 2006

Uma história recém-nascida

no outro blog.

E eu gosto dela. Ide e lêde. :))

Pois é!



O meu computador meteu água. Está velhinho e cansado, e como todos os velhinhos, exige paciência. Desobedece-me, fecha-me as janelas de conversação no messenger, apaga-me as letras em comentários nos outros blogs... o que resulta em que não posso comentar quase nada... desliga-se, dá-lhe a solipampa, enfim. Aguento-lhe as birras só mais uns dias, que já consegui um substituto novinho em folha!!!

Estou feliz como uma criança com um brinquedo novo!

Eu sou uma criança e vou ter (dentro de dias) um brinquedo novo.

Dadas (oferecidas, mesmo!, completamente grátis, de borla!) as manias novas do meu computador velho, não consegui comentar o lindíssimo conto que escreveu aos 19 anos a minha amiga Maria ... Deixo aqui comentadíssimo que achei o conto lindo, lindo mesmo! E um pouco triste, ou será excessiva sensibilidade minha. Anda à flor da pele, a estúpida sensibilidade.

Serve este post também para pedir desculpa a quantos têm tentado falar comigo no messenger e me têm visto não responder. Agora resolvi desligar o messenger, porque ele não funciona mesmo, e eneeeeerva-me!! Só por uns dias, já disse.

Beijinhos, abraços e palhaços, para amainar as noites e acalmar cansaços.

Ah! A imagem em cima foi extraída daqui.

terça-feira, novembro 07, 2006

Outra conversa parva

Estávamos a conversar, eu e uma colega de trabalho, acerca das reformas, e da hipótese de não as haver quando nós formos pensionistas. Ou, neste caso, despensionistas. Passei-me da imaginação:
- Ah! Eu vou fazer uma greve de fome para a frente da assembleia da república, afirmo que não como porque não tenho o que comer, porque a Segurança Social faliu. O presidente da república há-de ir todos os dias levar-me um pratinho de sopa, e eu não serei mais grevista, mas A Mendiga do Estado. Vou aparecer nas televisões todas, e depois tu hás-de dizer aos teus netos, de peito inchado, "Eu trabalhei com a Mendiga do Estado!"


(E é assim que eu penso ser famosa um dia!)

domingo, novembro 05, 2006

Conversa dir-se-ia que impossível

F - Tu não acreditas na reencarnação, não é?
M - Eu não. Andar sempre a nascer e a morrer cansa muito...
F - Mas, por exemplo, que é que farias se descobrisses que noutra vida tinhas sido Hitler?
M - Credo, matava-me. Não, melhor não, como Hitler, afinal, já tinha morrido...
Z para F - E tu, o que farias? Guardavas segredo, não era?

O mundo virtual,

por ser tão real como o real, traz-me também discórdias e desilusões. Assim como alegrias e amizades. Sendo que as desilusões são inevitáveis, a net tem a enorme vantagem de podermos nunca mais (!?) ver quem não desejarmos ver.

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...