sábado, maio 05, 2007

Bye

Há uma porcaria de um spam que não tenho a certeza que esteja em vias de desaparecer deste blogue - voltei a vê-lo hoje - e, sim, incomoda-me muito.
Vou dar à sola e, daqui a uns dias, fechar o blogue.
Por enquanto deixo-o aberto, para que, quem o quiser, possa seguir-me o rasto.

Apesar de tudo, um brinde aos novos começos, como dizia há dias a Vida de Praia!
Passo a usar pseudónimo, agora, mas continuo sendo eu.

Repousar

Ontem fui para o campo.
Onde há vinte anos cresce uma hera que me foi oferecida num vaso pequenino e agora ocupa quase uma parede da casa, em direcção ao céu...




Os gatos são anónimos e fugidios por lá, mas o Xadrês, como apenas eu lhe chamo, consentiu em posar...
O gato preto, o mais meigo de todos, o mais meigo que alguma vez por lá houve, roçou-se nas minhas pernas e deixou-se acariciar, mas não quis aparecer na internet.


E as rosas? São lindas, as rosas da minha mãe, não são?
Depois fui espalhar mais confusão no ATL do meu sobrinho Vasco, filmar os garotos, vê-los pintar, comer Doritos e presenciar birras.
E mais tarde dar beijos e colo ao sobrinho mais pequeno, o Tomás, e responder vezes sem conta aos seus insistentes "qu'é ito?"...
Foi um dia cheio. Muito bom.




Deslamuriei-me.

terça-feira, maio 01, 2007

Às vezes

não sei o que quero. O que, na minha idade, não era suposto e não me prestigia.

Como diz o outro, temos pena...

Post inaugural de Maio

Insónia. Voltas e voltinhas na cama, como um frango no churrasco, mal comparado.
Nada de interessante a escrever. Mas é Maio, dia 1, dia de descanso do trabalhador com sorte. E hoje há qualquer coisa vaga que me inquieta, que me insatisfaz. E, ao contrário do que sentiria o frango de churrasco, se alguma coisa sentisse, eu tenho frio.

segunda-feira, abril 30, 2007

Hoje


tenho sede da ternura de uns braços inventados...

Conhecem esta canção de Jacques Brel?

http://www.youtube.com/watch?v=WUlFi-A02Ps&feature=player_embedded#!
Esta canção entristece-me e comove-me sempre, pela intemporalidade, por aqueles que nela vejo "desenhados". E eu queria tanto acreditar que nos é possível envelhecer rodeados da infinita ternura dos amigos, da vida, de Deus! E é? Mesmo que já se confundam os rostos e as palavras à nossa volta? (...)

Mudança de turno


É nestas noites curtas, quando passo de rouxinol a cotovia, que invejo a vida das minhas gatas: dormem, comem, brincam.
Qual quê?! Viver num apartamento a vida toda, beber apenas água, comer só ração?
Tens razão, Julie. Não estou boa da cabeça...

domingo, abril 29, 2007

Das coisas que GOSTO



Sim, gosto de fado! De preferência ao vivo, de preferência acompanhado de um belo chouriço assado, um vinho tinto, bons amigos... Que saudades de me divertir!! Que pena de estar longe dos Amigos!...

Eu não costumo falar de política,

assunto em que facilmente me confundem e enredam, mas nem por isso deixo de ter as minhas convicções.
Hoje li um artigo de Luís Alves de Fraga, e pensei que seria de grande utilidade que muito mais gente o lesse. Porque há certos retrocessos que me assustam.
Aqui deixo o link: http://luisalvesdefraga.blogs.sapo.pt/35661.html

sábado, abril 28, 2007

Sonhos em turbilhão

Deitei-me um pouco e adormeci. E no espaço de menos de duas horas a minha vida ia mudando toda :) : caí na ria e fui salva por uns desconhecidos que passavam por um não-caminho cheio de enormes rochas; estava em vias de mudar de casa para uma onde chovia (mas era mais perto do meu local de trabalho); discutia afincadamente, com uma amiga, sobre a importância de saber fazer crochet, como se disso dependesse o futuro. Não consigo "rebobinar" para saber como, mas o crochet (e o comércio das linhas) estava relacionado com o elevado preço das casas degradadas onde chovia...
Mas o que lembro com nitidez é um comboio a passar numa linha férrea como nunca vi, construída sobre uns cinco metros de terra batida, e eu cá em baixo revoltada com o comboio, que "dizia" "pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra..."

Felizmente falta um "quase"

É quase ilimitado o poder de quem tem muito dinheiro.
Quase.
QUASE.
QUASE.

(neste quase me comprazo)

Não falo de ter dinheiro para as necessidades, para ajudar aqueles a quem se quer bem, e até para alguns pequenos luxos. Falo de ter muito e de ambicionar sempre mais, duma forma perversa de poder sobre os que não têm voz.
Não falo de nós. Suponho que aqueles de quem falo não lêem blogues.

quinta-feira, abril 26, 2007

Doces momentos ou A alegria de ter duas gatas


Após uma tarde fora de casa, chego à cozinha e deparo-me com este cenário: 1 kg de açúcar espalhado no chão, temperado com sal de mesa e absorvente para gatos. A Nuvem rebolava-se, satisfeita, em cima do açúcar. Não sei se provou a mistura, mas é capaz...

quarta-feira, abril 25, 2007

Recebi um prémio, essa é que é essa!




Recebi das mãos de Luís Alves de Fraga, meu amável leitor, este prémio. O Thinking blogger award (enrola-se-me a língua a dizer isto...), um selo para colar no próprio blogue, é um prémio que promove a divulgação de memes. Compete-me agora eleger cinco blogues, dos que leio com prazer e me fazem pensar. Os eleitos, após aturada reflexão, são:

Margarida Atheling, um blogue que leio com muito muito prazer, um blogue cheio de pequenas histórias do quotidiano e muitas reflexões, escrito numa linguagem fluente, correctíssima...

Língua à Portuguesa, da autoria de duas empenhadas professoras, um blogue cheio de conteúdo e interesse.

Vermelho devagarinho, que descobri recentemente e que me encanta, pela ternura, pelos desenhos, pela simplicidade.

Sacola de praia, uma sacada de descontracção, sensatez e bom humor.

Coisas de mim, um cantinho onde se respira alegria e esperança.

Vá lá, agora, meus caros contemplados, passem a outros e não ao mesmo! :)

25 de Abril de 1974

Eu tinha 8 anos. Ou sou de memória curta ou passei por tudo sem alarido, ou tudo me passou um pouco ao lado. Eu só tinha 8 anos. Lembro-me muito bem, isso sim, de cantarmos "Uma gaivota voava, voava / asas de vento, coração de mar"...
O que eu gostava de ser essa gaivota! Mais tarde, muito mais tarde, descobri que tenho asas de vento e coração de mar, tenho sim, mas preciso treinar mais as minhas asas.
Mas a canção dizia que não voltaríamos atrás.
E aí é que já tenho as minhas dúvidas. Agora.

segunda-feira, abril 23, 2007

Muitas, muitas vezes

já me aconteceu sentir-me pequena diante da beleza do mundo. E não é sempre uma sensação agradável. Às vezes é uma infinita solidão. Eu, um ser minúsculo e inseguro depositado num universo imenso, imponente e belo.

Faz hoje um ano

Faz hoje um ano que trouxe a Nuvem para casa. Pequenina, cabia na palma da minha mão. Dormiu no fundo do cesto da roupa, onde lhe improvisei um berço.
Muitas vezes lhe dei biberão...





Um ano depois, aqui está ela:

Uma pequena aventura


Ontem, antes de ir trabalhar, fui despejar o lixo. O contentor é esse que a imagem mostra. Tem aí uns dois metros de saco de lixo subterrâneos... Pois, eu fiz a mim mesma o favor de deixar lá cair as chaves. Chaves de casa, do carro, do correio... TODAS as chaves! Ui!! E agora que é que eu faço à minha vida? Fiquei a olhar para as chaves lá no fundo, e a pensar que a solução seria jogar-me a mim mesma para o lixo. Mas dirigi-me ao café e pedi ajuda. E lá vieram dois homens investigar a situação e ajudar-me. Com um arame comprido com uma dobra no fundo, um deles conseguiu pescar as minhas chaves. Como lhes fiquei agradecida!
E a caminho do trabalho fui pensando que não posso queixar-me do mundo. Em diversas situações o tenho comprovado, há sempre alguém disposto a ajudar. No meu caminho há sempre alguém generoso. Só posso ser grata.

domingo, abril 22, 2007

Quase quatro e meia da manhã

Tenho a minha gata Julie zangada comigo porque a obriguei a deixar-me escová-la. Saiu quase meia gata de pêlo. A outra meia corre pela casa toda, e evita aproximações.

sábado, abril 21, 2007

O blogue não sou eu,

mas está aqui muito de mim.
Pergunto-me quantas pessoas me "conhecem" sem que eu saiba quem são.
Mas isso não me perturba nada.

sexta-feira, abril 20, 2007

Sabes onde fica o olho da rua?

- Onde é exactamente o olho da rua?
- Estás a ver a rua? Sobes, e é depois do nariz, um pouco antes da testa.

quarta-feira, abril 18, 2007

Mais pensamentos um pouco surreais

Eu a caminhar.
Passo acelerado.
Um homem a correr com um cão preso à cintura. O cão pára e levanta a pata inferior esquerda, na clara intenção de satisfazer uma necessidade fisiológica, mas o dono corre e arrasta-o, e lá vai o cão a comprimir a bexiga (suponho eu).
Passa uma senhora de bicicleta.
Mais duas senhoras em passo acelerado, caminhando.
Um professor de ginástica, num campo de jogos ao ar livre, dá umas instruções a uns rapazes que estão no chão a fazer uns exercícios.
Entretanto passa na estrada uma camioneta onde se lê "Pronto socorro localidade x"
Olha, estes também vêm fazer exercício para aqui?! - Foi um pensamento assim instantâneo, que a razão dentro de mim trouxe-me de volta à realidade, mas já alguma vez vos aconteceu baralharem o mundo desta maneira?

Esta fotografia,


tirada hoje no meu passeio diário, fez-me pensar muitas coisas.
Melhor, o que me fez pensar muitas coisas foram os cardos, não a fotografia.
E como não estou hoje particularmete fluente, deixo-vos só os pensamentos, atropelados uns pelos outros e por mim:
Tão bonita, a primavera!
As coisas que eu perco quando me enfio em casa a não fazer nenhum!
As coisas que eu perco por não saber olhar!
Como são jovens, estes cardos! Meninos cardos - cardinhos...
Bonitos, os cardos, mesmo agrestes!
Saberão os cardos que os acho bonitos? (Saberiam, se não fossem cardos irracionais?)
Pareço-me com os cardos, eu!

Ok, depois disto, podem internar-me!

Allô, um dois, experiência!

lomsh sbbh mmm s jvx kaabxhy< flo -iBKS LJSQB

Fechei os olhos e escrevi, para dar oportunidade ao meu subconsciente de dizer o que quisesse sem repressões.
Em face do resultado, resta-me concluir que o meu subconsciente não sabe o que diz.

terça-feira, abril 17, 2007

Verdades inegáveis

Li isto algures numa banda desenhada:

Beber café impede-me de dormir. Mas em contrapartida, dormir impede-me de beber café.

domingo, abril 15, 2007

Ainda do parque da cidade





Muita gente a correr, e cansei-me só de os ver.
E depois, os namorados.
E depois, os patos.
Não gostei particularmente do parque, conquanto tivesse coisas bonitas.
Mas a água do lago era muito suja, assim como os patos, e os bancos onde não vi ninguém sentado...


Contudo, as camélias, meio envelhecidas já, encantaram-me.

E para além das árvores,





um ramalhete rubro de papoulas a que alguém quis matar a sede...

As árvores



e o céu, lá em cima.

De vez em quando passava uma ave. De vez em quando, mais do que uma. Belas, corpos rasgando o azul.
Num plano inferior às aves, superior a mim, um "bando" de mosquitos... (Como se chama a um conjunto de mosquitos?)
Coitados dos mosquitos - pensei. Voam como as aves, sem que jamais alguém os ache graciosos ou belos.
E pronto, aqui lhes deixo a minha singela homenagem. Porque se esforçam.

No parque da cidade,

deitada na tábua de fazer abdominais, a olhar para as copas das árvores, fotografada por mim própria...


EU! :)

:)

Rita, elas, as tuas garotas, não te encantam apenas a ti. Elas encantam.
Gostei do sol, da esplanada, da fralda da super-heroína Carminho, do riso aberto e lindo da Maria e da Inês... Gostei! Gosto!

sexta-feira, abril 13, 2007

O pecado em forma de gente

Por causa dum post do confessionário, fui à procura de informação sobre Nossa Senhora do Ó. E achei-a.
Embora em nada me surpreenda, continua a dar-me uma certa raiva este péssimo conceito da mulher, que a igreja sempre pregou: atente-se no capítulo perseguição religiosa...
Eu sei que o tempo passou, que estamos noutra era, e isso deveria amortecer a minha raiva. Mas a verdade é que os ventos de mudança não dissiparam ainda o machismo reinante. E sendo que este papa Bento pretende voltar às origens, eu temo muito certas origens...

Hoje preguiçámos




brincámos, apanhámos sol... como se fôssemos príncipes, aliás princesas.
E agora que a noite começa a envolver-nos com o seu manto escuro e frio (onde é que já ouvi isto?), acendemos o sol dentro de nós e vamos jantar batatas com bacalhau. Eu e uma amiga, as gatas não!
(- Julie, acende a luz, por favor! - pedi eu, educadamente.
E a gata acendeu.
Devo preocupar-me? Será sobredotada?)

quarta-feira, abril 11, 2007

Perspectivas

Estava a olhar para sítios longínquos, nesta vista aérea que me proporciona o google earth, e a pensar que, com tanto mundo para conhecer, é uma pena que me limite a este país...
Mas há quem pense diferentemente: por exemplo a minha mãe, que afiança que há-de ser tudo igual, árvores, casas, caminhos... mais do mesmo em todo o lado. Ou o meu pai, que disse uma vez que de bom grado iria ao estrangeiro para ver uma qualquer propriedade sua, se a tivesse por lá. Quero ver se um dia consigo comprar-lhe um pinhal em França... :)

Para vocês...

aqui vai um sapinho simpático, com uma melodiosa voz!

terça-feira, abril 10, 2007

segunda-feira, abril 09, 2007

De volta a casa,

depois de dois dias nos paternais paços sublimados, agarro-me à net e ao messenger. Falo muito de coisas passadas e tristes e fico passada de triste.
E falo também de coisas que pouco me afectam e nem me desinfectam, como a missa tridentina.
Faço-me de novas, e pergunto: A missa tridentina será a missa dita por padres tão velhos que já só tenham três dentes? (tri-dentina)
Ou será a que, por ser rezada em latim, permite que o padre vá mascando a sua pastilha elástica Trident?

Ai, estas Bentanias!!!

Muito tia, sei lá!

Eu sou muito tia. E daqui a uns meses ainda vou ser mais tia, se Deus quiser! Que bom!

sexta-feira, abril 06, 2007

Uma Páscoa feliz


para todos!...

(A Páscoa é uma passagem por um caminho de luz que nos foi
oferecido, um renovar de esperança... não são ovos nem coelhos. Por isso tive dificuldade ao procurar no google uma imagem para este post. Optei por esta foto, da minha autoria, e que já pela segunda vez vem parar ao blogue... Eu sei que nem todos somos cristãos, e com certeza esta festa fará mais sentido para quem crê que Cristo ressuscitou. Mas alguém me explica por que razão abonecamos as nossas festas cristãs?)

quarta-feira, abril 04, 2007

Fui passear na praia







e nos caminhos pedestres das dunas, ao fim da tarde. E surpreendi-me a correr, e a ser tãããão feliz!...


As colegas de trabalho ou As coisas tontas que dizemos

- Vamos jantar as três?
- Vamos. Fechamos as portas da loja e escrevemos um aviso: "Fomos jantar. Voltamos amanhã. Muito obrigado pela vossa colaboração."
- Não, compreensão! As pessoas têm que perceber o que estamos a dizer.
- "Muito obrigada pela vossa interpretação."

segunda-feira, abril 02, 2007

Coisas...


No meu último aniversário, uma colega de trabalho ofereceu-me um livro: Um Coro de Sabedoria, uma antologia de textos, cada um mais optimista do que outro... Pois eu leio, mas confesso que não me entusiasmo.
Basicamente, dizem aqueles autores que o que a gente quer, a gente tem. Alguns até me aconselham a fazer uma lista do que eu quero. Mas eu não acredito no Pai Natal.
E contudo, hoje que andei por aí a pensar nisso, vou fazer uma listazinha. No ano de 2057, a 8 de Março, que é quando eu faço 91 anos, hei-de pedir lá no lar de terceira idade que me imprimam esta lista, e tirem uma fotocópia ampliada, e me tragam uma lupa. Aí saberei se fui uma mulher de sucesso.

Vamos à lista:
  1. Quero viver no campo sem que isso me aprisione. Pode parecer impossível, mas sinto-me mais livre na cidade. Gosto, no entanto, dos cheiros das coisas do campo, da fruta nas árvores, dos pinheiros a crescer... Quero viver no campo com o anonimato e a liberdade que a cidade me dá.
  2. Quero ter um Smart novinho só para mim.
  3. Quero uma empregada doméstica (ou três, pronto!), não ter nenhuma dessas inglórias tarefas de limpar o pó, lavar a louça, fazer as camas... martírios domésticos!...
  4. Quero escrever coisas bonitas, crescer em talento, publicar coisas bonitas.
  5. Quero viver um grande amor feliz. FELIZ. (Os assim-assim, dispenso. Os infelizes, muito mais.)
  6. Quero ter a alegria de ver o meu ordenado chegar ao fim do mês com as contas todas pagas.
  7. Viajar para países diferentes.
  8. Abolir a solidão. A minha e a dos outros. Estar com os amigos sempre que precisar e eles precisem.

Não me ocorre assim mais nada... Mas cá me parece que isto já não é pouco.

domingo, abril 01, 2007

Domingo de ramos

Estou aqui a lembrar-me de quando, há muitos anos, levava à missa o meu raminho de alecrim, que para mim simbolizava a alegria, o apego à terra e à vida. Gosto muito de alecrim, ainda hoje. O alecrim cheira a festa e a simplicidade. E fui visitá-lo hoje à enciclopédia...

sexta-feira, março 30, 2007

Já é outro dia!

Sono, pequeno almoço, caminhada...
E agora vou trabalhar.
Enquanto não me ocorre postar nada de mais positivo, que ontem à noite a minha alma estava negrinha, podem entretar-se a ler O Arco-íris da Margarida...

Racionalizando...

Dentro de mim há um vazio sem remédio e sem remendo. Nada que me impeça de viver, tão pouco de ser feliz na medida do impossível, como canta Zélia Duncan.
Talvez esse vazio tenha por objectivo fazer-me superar-me. Mas preciso de vigiar, de zelar por mim, porque é fácil cair dentro desse vazio que está cá dentro...
E não estará em todos nós, seja qual for a condição ou o estado ou o momento da vida?
Nada de dramático, penso eu.

Nota mental: comprar tomates e bananas.


Nota mental II: não vou apagar este nem nenhum dos posts abaixo. Mas vou dormir. E amanhã É OUTRO DIA!
(Hoje tive um dia muito cansativo - viagens de carro - e não fiz a minha caminhada...)

Ok, estou a avariar

Ok, preciso de ir dormir.
Mas posso só postar uma palavra mal cheirosa com cinco letras? E um ponto de exclamação?

Fico-me só pelo ponto de exclamação:
!

Ideias peregrinas

Às vezes ocorre-me a ideia peregrina de que a minha vida é improdutiva.
Porque a minha responsabilidade é apenas cuidar de mim, e nem sempre o faço bem. Não há ninguém que precise efectivamente da minha presença, da minha assistência, da minha existência. Sou dispensável. A não ser talvez para as minhas gatas, que precisam que lhes compre Friskies...
E nenhuma outra forma de vida me convinha, essa é que é essa!

Isto não é uma queixa, apenas uma reflexão.

quarta-feira, março 28, 2007

Manhã no centro de saúde



Cheguei tarde, já tinha passado a minha vez, e tive que esperar a "segunda volta". Ainda assim, não muito tempo. Em duas horas o médico conseguiu atender 14 pessoas. É obra, penso eu!...
Confesso que ia saudável e vim doente. Ok, que fui eu fazer ao médico se ia saudável? Pois bem, fui questioná-lo acerca das dores musculares frequentes, pedir a medicação habitual para o bom funcionamento da mona e dos afectos :), e aconselhar-me para manter este agradável "está-se bem" em que me encontro. Na hora e meia de espera, impacientei-me. Senti a falta dum livro para ler, mas também não teria conseguido concentrar-me, penso. Num canto da sala de espera, treco-treco-treco, um indivíduo do sexo masculino com os seus 60 - 70 anos falava de tudo um pouco com a sua voz martelante. E eu que não queria saber do Salazar, nem tão pouco das sapientíssimas opiniões daquele senhor tão bem pensante (e olhem que ele tinha soluções para todos os problemas que afectam a nossa sociedade!) entretive-me a fotografar os meus próprios pés, e a minha generosa barriga. Vista de cima parece ainda mais generosa! :) E joguei dois ou três joguinhos no meu telemóvel; e olhei para a tv, onde se falava da irmã Lúcia (reservo para mim tudo quanto sobre isso pensei)... E mandei calar a criatura falante com o meu mais terrível olhar, mas ela, a criatura, nem sentiu.
Na parede, estava afixado um cartaz onde se lia "Silêncio - respeite esta unidade de saúde" Coitadinha da unidade desrespeitada!
Enfim, chegou a minha vez.
Sou só eu que gosto que os médicos sejam atenciosos e carinhosos? Que nos tratem também a alma?
Este não era. Mas esclareceu as minhas dúvidas, passou medicamentos e análises. E eu, por ora, sinto-me bem.
Mas a unidade de saúde enervou-me um pouco.
Agora vou ver a primavera, para me acalmar.
E de repente, a primavera chove. Pode lá ser? Mas não é uma chuvinha qualquer que me impede de ir caminhar a pé!!

domingo, março 25, 2007

Vês?





Ana, quero mostrar-te a primavera. Fotografei-a ainda há pouco, lá fora. Tem calma que ela há-de chegar aí. Um beijinho para ti!

Tanto por caminhar!...

Ainda que reconheça limitadas as minhas forças e a minha generosidade, estou convencida de que, se alguma missão tenho nesta passagem pela Terra, essa missão será amar. Amar em concreto quem eu conheço, e de preferência não apenas quem merece. Cumpre-me ser mensageira da ternura, da paciência, do sorriso. Cumpre-me escutar muito, e julgar pouco. Ajudar no que eu puder quando for preciso, não cobrar, dar de graça porque de graça recebo. É isto que a Bíblia diz algures, que eu não sou de fixar versículos. Parece pleonasmo, dar de graça... Mas tão grande é a tentação de dar de olhos fitos na recompensa; tantos há por aí que nos atiram à cara dívidas de gratidão, dessas que por muito que se paguem nunca diminuem!... que sim, faz sentido isto: De graça recebestes; de graça dai.
Sinto-me grata aos Amigos, porque entre nós dar e receber é natural como respirar.
Sinto-me grata a Deus, que me dá TUDO.

Mas limitada nas minhas forças e na minha generosidade.

Releio este texto e parece-me pomposo e superficial. Cheira-me a discurso. Mas é o que tenho andado a pensar nestes últimos dias, e fica aqui, assim mesmo. O sentimento não é superficial nem pomposo. Mas as palavras às vezes não colaboram comigo... :(

sexta-feira, março 23, 2007

Uma certa serenidade

Como explicar-vos isto? É simples, tão simples que me parece não poder ser explicado... Não tenho sentido aquele vazio que me enche por dentro às vezes, e a ausência de um tal vazio deixa-me leve e contente. Leve de alma, de corpo ainda não, mas lá chegarei.
Chego à conclusão que este esforço para cuidar de mim, para poder um dia olhar ao espelho e sentir-me uma mulher bonita, vale por si mesmo, quase independentemente do resultado. Depois duma hora a caminhar a pé, ainda que as pernas me doam um pouco, tudo por dentro me doi muito menos, ou nada.

Sobre o olhar ao espelho: muita gente muitas vezes me disse que eu era bonita por dentro, e que era isso o importante. Sempre o senti como uma espécie de prémio de consolação, uma coisa que só dizemos às pessoas que achamos que são feias. Por fora, entenda-se.
Esta vontade de ser bonita ataca as pessoas por volta dos dez anos, mais ou menos. Ou antes, provavelmente antes. Eu, pelo contrário, sempre quis ser feia para me proteger duma data de coisas que não vêm ao caso num blogue, e, tendo-me convencido que o era, assim me tornei. Mas foi uma faca de dois gumes, claro, e muito me feri.
Não me firo mais, prometo.
Não por isso.

Latildo,



meu cão azul, estou-te grata por me arrancares da modorra, por me chamares para a rua, por saltares feliz à minha frente e me incentivares a correr, por esse teu entusiasmo contagiante com a vida, as flores, o vento, o sol, o lusco-fusco, a noite.

Geo visitors

Eu gostava de perceber porque é que há alguém na Turquia que lê assiduamente este blogue...

Querida Prima Vera


さくら / Cherry
Originally uploaded by *Sakura*.
tu chegaste e ainda não me tinha lembrado de te saudar!...

quarta-feira, março 21, 2007

Dos nossos passeios



Por aqui há cidade e há campo. E há praia também. E eu gosto de olhar mil vezes os mesmos pormenores, e repetir passos parecidos todos os dias.
Hoje desviei-me da rota habitual e fui caminhar por outros sítios, igualmente bonitos ou ainda mais, mas não levei máquina fotográfica. Ainda assim, deliciei-me com a maravilha das coisas que todos os dias lá estão. Os barcos, as águas, a luz. Os caminhantes solitários, a rapariga sentada no banco, outra vez barcos, os nomes dos barcos, a ria...
Hoje estou muito cansada, mas é um cansaço apenas físico, bom!

terça-feira, março 20, 2007

O meu cão

Comprei um cão. Foi caríssimo. Mas eu precisava de um cão, porque um cão precisa que eu o leve à rua, e eu preciso de caminhar. Este cão é o meu personnal trainer (escreve-se assim?).
É um cão imaginário. Imaginado. Azul, para não se confundir com os outros cães, e para eu saber que é o meu.
Chama-se Latildo.
Vou passear o Latildo.

segunda-feira, março 19, 2007

Há por aí alguém

que nunca diga coisas insensatas?
Há por aí alguém que tenha sempre conversas inteligentes e interessantes?

(Mas isso deve ser muito cansativo, não?)

domingo, março 18, 2007

Desfabular

A formiga laboriosa lá vai trabalhar.
A cigarra que vive num cantinho do cérebro da formiga, fica ao sol, a espreguiçar-se e a cantar.

quinta-feira, março 15, 2007

À tarde fui passear





Saí ainda com muito sol, e regressei era já quase noite.
Pelo meio, uma pausa para um cafezinho sublime...
Andar a pé e olhar para as coisas faz-me bem.
Quem sabe se não fará também bem às coisas que eu olhe para elas! :)

Perguntas duma mulher de meia idade

Haverá reforma para mim quando eu tiver idade para isso?
Terei dinheiro para pagar o lar de terceira idade?
Haverá internet no lar?
...

Serei (ao menos minimamente) feliz?

Chegarei lá?

Coisas indisfarçáveis

Era um projecto que eu tinha, uma coisa que eu queria. Mas desisti, porque, como a maioria das pessoas que conheço, não posso sempre ter o que queria. Uma amiga pergunta-me. Então...? E o riso indisfarçável. Uns largos dias depois, ainda penso no riso. Porque é uma amiga (não o ponho em causa) e achou engraçado ver-me desistir de um sonho.
Então penso na maldade. Uma maldadezinha que se insinua...
Penso nas coisas sombrias que temos dentro de nós e que não combinam connosco.

terça-feira, março 13, 2007

Uma da manhã

E eu a fazer um bolo de laranja. Deu-me para isto, vá-se lá saber porquê.

Ando a tentar comer equilibradamente, mais do que fazer dieta. O bolo de laranja só vem pôr à prova a minha tenacidade, a minha capacidade de comer coisas boas com moderação. Enfim, espero que fique bom... Se ficar mau, a moderação será mais fácil...

segunda-feira, março 12, 2007

Repeat mode

Não me canso de ouvir

Eu tenho um anjo da guarda
que me protege de noite e de dia...
A toda a hora
em todo o lado,
posso contar com a sua vigia.
Não usa arma,
não usa força,
usa uma luz com que ilumina a minha vida.

(dos Humanos)

E tenho mesmo!

domingo, março 11, 2007

Domingo à noite


Na companhia da gatinha Nuvem, dou-me à preguiça. Vejo o telejornal na net (estou sem televisão há meses, o que se calhar faz de mim um bicho raro, e não lhe sinto a falta, o que faz de mim um bicho raríssimo...), leio os blogues de que gosto, ouço música... Crio um blogue novo só para fotografias...
Mais nada.
O dolce fare niente é quase meu homónimo.

sábado, março 10, 2007

Das coisas boas

Ouvir os putos dizerem "a tia, a tia!", quando chego. Abraçá-los. Vê-los crescer. Partilhar com o mais velho as dificuldades da tabuada... (sim, as minhas dificuldades também...)

"Ficas para tia!", ameaçavam as vizinhas em tempos idos, quando não me consideravam um caso perdido. E ser tia é a melhor coisa do mundo!

sexta-feira, março 09, 2007

Obrigada!



Foi muito bom o dia do meu 41º aniversário.
Também (muito!) graças aos vossos mimos.
(As flores guardei-as num armário, que as minhas gatas parvas queriam comê-las.)
Pronto, estes 41 já ninguém mos tira!... :)

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...