Cheguei tarde, já tinha passado a minha vez, e tive que esperar a "segunda volta". Ainda assim, não muito tempo. Em duas horas o médico conseguiu atender 14 pessoas. É obra, penso eu!...
Confesso que ia saudável e vim doente. Ok, que fui eu fazer ao médico se ia saudável? Pois bem, fui questioná-lo acerca das dores musculares frequentes, pedir a medicação habitual para o bom funcionamento da mona e dos afectos :), e aconselhar-me para manter este agradável "está-se bem" em que me encontro. Na hora e meia de espera, impacientei-me. Senti a falta dum livro para ler, mas também não teria conseguido concentrar-me, penso. Num canto da sala de espera, treco-treco-treco, um indivíduo do sexo masculino com os seus 60 - 70 anos falava de tudo um pouco com a sua voz martelante. E eu que não queria saber do Salazar, nem tão pouco das sapientíssimas opiniões daquele senhor tão bem pensante (e olhem que ele tinha soluções para todos os problemas que afectam a nossa sociedade!) entretive-me a fotografar os meus próprios pés, e a minha generosa barriga. Vista de cima parece ainda mais generosa! :) E joguei dois ou três joguinhos no meu telemóvel; e olhei para a tv, onde se falava da irmã Lúcia (reservo para mim tudo quanto sobre isso pensei)... E mandei calar a criatura falante com o meu mais terrível olhar, mas ela, a criatura, nem sentiu.
Na parede, estava afixado um cartaz onde se lia "Silêncio - respeite esta unidade de saúde" Coitadinha da unidade desrespeitada!
Enfim, chegou a minha vez.
Sou só eu que gosto que os médicos sejam atenciosos e carinhosos? Que nos tratem também a alma?
Este não era. Mas esclareceu as minhas dúvidas, passou medicamentos e análises. E eu, por ora, sinto-me bem.
Mas a unidade de saúde enervou-me um pouco.
Agora vou ver a primavera, para me acalmar.
E de repente, a primavera chove. Pode lá ser? Mas não é uma chuvinha qualquer que me impede de ir caminhar a pé!!
6 comentários:
Detesto ir ao medico, so vou arrastada pelo marido que zela muito pela minha saude ahahah, chego la e despejo as minhas doencas, umas reais outras inventadas pela minha cabeca fraquita.
Tenho a certeza que quando saio do consultorio o homem respira de alivio.
Ufa! Menos uma maluca - deve o fulano dizer.
Sou outra das que só vão ao médico quando já está de rastos - a minha médica é das rispidas e detesto as cenas de sala de espera que descreveste tão bem. É um alívio quando a rara consulta - normalmente de não mais de 10 minutos, mas que por mim não passava dos 5 ; ) - está terminada e posso pegar nas coisas e ir-me embora.
O SNS no seu melhor!
É por essas e por outras que raramente lá vou. Faz mal è saúde! ;))
Bjs!
"Cheguei tarde, já tinha passado a minha vez".
O castigo foi desproporcionado relativamente à falta. Aposto que não voltas a chegar tarde.
Da última experiência que tive, no centro de saúde, vim de lá literalmente doente. Estava grávida, ía buscar credenciais que a ginecologista do privado pediu. Cheguei antes das 08:00, uma fila imensa à porta, que estava fechada. De repente uma chuvada brutal, com vento e carros a passar por cima de poças ... calças e sapatos encharcados. A médica informa que naquele dia só passava exames depois de todas as consultas. Moro a 10 kms. Decido insistir, fazendo-a ver (o pouco óbvio?), que estava grávida e encharcada ... contrariada atendeu-me ... mas até hoje recordo com trauma essa manhã e outras igualmente marcantes, mas com outros contornos.
Desculpem a seca... só para demonstrar solidariedade...
Um abraço
Hadassah
Eia,Dulce...O teu centro de saúde já chegou à Tânzania...
Bjs Marrria
Enviar um comentário