terça-feira, fevereiro 27, 2007

Deixa lá

"Deixa lá, filha, que esta vida é um mar de lágrimas!" - isto me dizia a minha mãe quando me via triste. E eu, adolescente, a pensar que mais me alegrava a minha tristeza que aquele consolo.
Muito mais tarde vieram os Trovante, e cantavam "deixa lá, não ligues a coisas de nada / não faças da vida enxada / a cavar em terra dura". E para mim, já fazia sentido.
E faz.
E eu luto.

(E pergunto-me, a mãos com as palavras, o que terá a luta a ver com o luto?)

Menos sentido me faz a minha tristeza quando é feita de nada, um leve rumor de alma, um lugar fundo cheio de cinzento a resistir às outras cores.

Caraças!! Eu vou mas é encher a barriga de legumes, que são ricos em serotonina. Obrigada por mo ensinares, Papel Químico!

(Ora vejam: afinal o que me falta são tomates e bananas, mais o tal triptofano! Quem diria!)

É assim que me sinto...


como a mãe Simpson, quando saio do cabeleireiro. À conta deste desabafo, vai mais espuma, e mais cera, e menos cinco euros na conta. Para a próxima calo-me, e venho para casa lavar o cabelo e secá-lo à minha maneira.
Não, não pintei o cabelo de azul!
Imagem daqui

O clube dos sete

A Vilma desafiou-me a responder a umas questões que circulam por aí, de blogue em blogue. Aqui vai:

7 coisas que faço com gosto
  1. Escrever neste blogue
  2. Escrever
  3. Viajar (assim houvesse meios...)
  4. Brincar com os meus sobrinhos
  5. Conversar muuuuito com os amigos (sinto tanta falta!)
  6. Comer
  7. Dormir

7 coisas que não posso ou não sei fazer

  1. Não sei saltar à corda.
  2. Não sei fazer bolas com pastilha elástica.
  3. Não sei assobiar (só me saem sopros, a maior parte das vezes).
  4. Não sei estalar os dedos.
  5. Não sei cantar (mas canto!)
  6. Não sei desenhar nada de jeito.
  7. Não sei fazer milagres (e como eu gostava!)

7 coisas que me atraem no sexo oposto

  1. Atrai-me o sexo oposto, em primeiro lugar. :)
  2. Força, protecção, amor (junto na mesma alínea todas as minhas ilusões)
  3. Inteligência
  4. Sensibilidade
  5. não sei
  6. não faço ideia
  7. não me ocorre mais nada... :)

7 coisas que eu digo

  1. "Até à próstata!"
  2. "Beijinhos, abraços e palhaços"
  3. "bardamerda" (digo, pronto!)
  4. "pior a ementa que o cianeto"
  5. "Desculpa..."
  6. "Ora essa!"
  7. "Posso ajudar?" (por incumbência da profissão)

Nomeia 7 pessoas para serem celebridades

  1. Eu
  2. nomear
  3. sete
  4. pessoas
  5. para
  6. serem
  7. celebridades????!!! (Mas quem sou eu para tamanha responsabilidade?!...)

Não passo desafio a 7 pessoas. A pessoa nenhuma. Mas devia.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Quando acordo por mim,

e não a toque de despertador, acordo quase sempre bem disposta.
Contente com o mundo, com a manhã, comigo.
Já BEM acordada, começam a fluir os pensamentos menos bons, a memória das coisas difíceis... às vezes um vazio cheio de ecos e de nadas.

Pergunto-me se a tendência para ser feliz ou triste vem de nós, ou se está algures em hormonas e sei lá que mais que não nos seja possível controlar.

domingo, fevereiro 25, 2007

Ao fim da tarde de Domingo


saudosa de nuvens, flores, árvores... saudosa de céu e de chão, vou passear a pé.
Vou conhecer recantos novos da minha cidade, que nem novos são, porque sempre ali estiveram.

Estava tudo muito bonito, vestido de Domingo, como o mundo se veste em qualquer dia da semana que lhe apeteça. Lembrei-me duma amiga que gosta muito de nuvens. Eu também gosto, mas quer-me parecer que ela gosta mais. Fotografei nuvens e raios de sol, e pensei que havias de gostar de ver, Ana Rute. Felizmente as nuvens são como o sol, e a noite e o dia: chegam sempre a todo o lado e a toda a gente, não forçosamente ao mesmo tempo.



Abençoada internet, que me traz sempre ainda mais acompanhada nesta solidãozinha semi-escolhida. Porque os amigos saem de trás dos blogues, mesmo quando lá continuam, mesmo que não cheguemos a conhecer-nos.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Dizem as más línguas

que os nossos políticos estão a pensar mandar matar todas as pombas das praças públicas.

É que, se o político passa, cheio de charme e de graça, a pomba arrulha:
"CORRUPTO, CORRUPTO!!!..."

(é mau...)

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

terça-feira, fevereiro 20, 2007

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

19 de Fevereiro


Hoje ofereço-te o mar, e gostava de ter sido eu a criá-lo para que a oferta fosse completa. Para que fosse legítima. Mas também não fomos nós que inventámos as flores e ainda assim, oferecemo-las.
Hoje, querido sobrinho, este mar é para ti!
Não sabes o quanto me fazes feliz por cresceres a cada dia mais independente e sereno. És um menino de ouro, de coração tão limpo, a crescer.
Não tenho palavras para te agradecer estes oito anos, por fazeres parte do meu mundo, da minha família, da minha paz.

domingo, fevereiro 18, 2007

Revisitar Coimbra


- Há quanto tempo, Antero! - disse-lhe eu.
- Sr. Quental... - corrigiu-me.
- Os meus mais sinceros pedidos de desculpa pela estouvada familiaridade. Mas, perdoe-me, sr. Antero de Quental, está muito pálido!...
- Pálido não, alvo. Diz antes "alvo". Aqui, onde para maior glória minha me puseram, sou o alvo alvo das cagadelas das pombas da cidade.
- Disse "cagadelas", Sr. Quental? Como pode descer tão baixo o ilustre senhor que escreveu aquele poema com que me ensinaram a métrica?
- Qual?
- Aquele que começa assim:
Lá, mas onde é lá? Aonde?
Espera, coração indomado.
O céu que anseias, o céu, o céu da ideia,
em vão o buscas nessa imensa esfera.
- Em vão o buscas, é verdade. Tens a certeza que fui eu que escrevi isso?
- Certeza, não. Mas parece-me. O que mais recordo é a voz do professor, e os profusos gestos separando as sílabas métricas: Lá-ma-son-dé-lá.
- Caraças, disseste "profusos"! Ao que chegámos, que tu dizes "profusos" e eu "cagadelas".
- Não se inquiete, senhor Antero. Se calhar, eu queria dizer "parafusos".
- Faltam-te alguns, sim.
(...)

Olhar para cima


Olhar para o chão


sábado, fevereiro 17, 2007

Sou feita dum barro muito frágil.
Com o cansaço, tudo à flor da pele.
Liquidefaço-me. (?!)
Desencontro-me.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Previsão do tempo para amanhã.

Amanhã é um daqueles dias. Quem diz amanhã, diz hoje, que já são duas da manhã. Levantar às 7 da matina, apanhar autocarro, apanhar comboio, não ter mãos para apanhar tanta coisa, manter-me sentada e quieta e atenta e com sono numa formação de 3 horas... E depois de novo o comboio, e como se não bastasse, trabalhar até às 23 h e qualquer coisa.
Não estou a queixar-me (porquê, parece?!) mas estou a alertar-ME para o facto de que amanhã vai ser um mau dia, e que não é de admirar se não andar muito bem disposta.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

summertime


summertime
Originally uploaded by wendella.
Deliciou-me, esta foto!

Sempre achei que devíamos nascer acompanhados de manual de instruções

...assim um livrinho bem organizado, de fácil consulta, lavável, em formato de bolso.

Já passou


o dia das lamechices...
E no entanto, queixei-me: ninguém me ofereceu nada!
Queixei-me como se não fosse normal que o namorado que não tenho deixasse passar em branco uma data tããããão significativa...
Inveja, eu sei:
"tous les garçons et les filles de mon âge se promenent dans les rues de Paris... Et la main dans la main
et le coeur dans le coeur...
Oui, mais moi
je vais seule,
la main nue
l'âme en peine.
Oui, mais moi
je vais seule
car personne ne m'aime"
Inveja, eu já disse que já sei que sofro de inveja. E também sei que é um pecado mortal. Outro pecado mortal é a gula. Estou tramada. Ainda bem que os pecados mortais matam devagarinho, como o tabaco. E eu não fumo...
Todo este post é meio a brincar. O dia 14 de Fevereiro não me afecta assim.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Chien

Humor de cão.
E conheço cães mais bem dispostos.

Acordo com os gajos da TV Cabo a chagarem-me a cabeça com uma "promoção fantástica na área da sua residência, D. Dulce" (entoação brasileira). Três vezes. Não há pachorra.

Está frio, faltou a luz há bocado, estou enjoada e zangada comigo porque com este frio não me apetece sequer a voltinha dos tristes que podia alegrar-me.

De bom, animador dos sentidos, digamos, só o shampoo com o cheiro de maçãs verdes, a encher-me a alma de recordações de dias felizes a haver.
E vou trabalhar já a seguir. Com o barulho das luzes hei-de deixar de me ouvir rabujar.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Sonhos e lugares

A noite passada sonhei com um sítio tão bonito e tão "real", que, quando acordei, fiquei muito tempo a pensar que sítio era aquele. Desiludi-me com a resposta: não existe por cá, no meu mundo físico...
O cómico da situação é que se fez um referendo para saber se devíamos ir passear até lá, a esse sítio bonito.
Foi um referendo assim um tanto caseiro, mas o passeio referendou-se. Essa é que é essa.

E agora vou para a rua. Estou farta de passar os meus dias entre a casa e o trabalho. Faltam-me árvores, flores, luz, nuvens...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Línguas de gato


Línguas de gato
Originally uploaded by dulce2007.

são servidos?

(E assim de repente apetecem-me línguas de gato, das de pacote, e um vinho do porto a acompanhar... E já agora a companhia de amigos, ou de irmãos e / ou sobrinhos, que obviamente não bebem vinho do porto.)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Ainda sobre o aborto (e não falo mais nisso).

Sou contra. Terrivelmente contra.
Como seguramente quase todos nós.

Mas não posso condenar quem o pratica.
E não posso deixar de ir votar.

Sim, pronto. Sim à despenalização. Não será minha a mão que atira a pedra.

(Com muito respeito por muita gente que diz "Não". E é verdade, já quis votar não. Já quis não votar. Complicado, isto... mas entristecem-me as campanhas ofensivas. Do sim e do não.)

terça-feira, fevereiro 06, 2007

A porta que se julgava esperta e a dona que sofria de cólicas a horas impróprias



A porta estava empenhada em eliminar de raiz os preconceitos contra as suas congéneres e não suportava que ao pé de si alguém ousasse proferir o célebre dito "estúpida como uma porta". Essa era a sua luta. E como era uma porta iluminada (o candeeiro estava mesmo ali perto), e além disso estudiosa, já lera Sócrates e ficara-lhe aquele conselho: Conhece-te a ti própria e Deus te conhecerá. Qualquer coisa assim. Por isso é que se olhava tanto ao espelho.





A dona da porta, que, como já se disse, sofria de cólicas, sofria também de alguma insensatez, coisa que ainda não se disse. Essa insensatez é que a fazia fotografar gatas em movimento com a máquina em modo de fotografia nocturna, onde se sabe que modelo e fotógrafo têm que estar quietos.

Mas tanto a porta como a dona sofriam de outra coisa qualquer. E era essa outra coisa qualquer que as fazia, a uma gostar de se contemplar, e a outra, gostar de fotografias estranhas.

domingo, fevereiro 04, 2007

Ó Deus,


empresta-me um bocadinho de eternidade, a ver se consigo acabar umas tarefas difíceis, dentro do meu coração...
Pensando bem... deixa estar. Recebes-me assim, obra inacabada, de braços abertos, como uma mãe recebe o filho que vem da rua, sujo e de joelhos esfolados?
Já disse que Te amo?
Em face do Teu inimaginável amor, amo-Te "poucochinho, mas de boa mente"...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Coisas que eu tenho e devem fazer-me feliz

Eu tenho duas gatas lindas que me fazem companhia, que me fazem rir, que lavam os pés e as mãos e os dentinhos antes de irem dormir...
E tenho, também, amigos e amigas que se preocupam comigo, que telefonam para saber de mim se eu não aparecer.
Tenho quem me compreenda sempre, e me conheça do direito e do avesso.
Quem aceite e perdoe em mim o que dificilmente perdoaria a outros.
Tenho o sorriso dos meus pais, já velhotes, quando chego à casa onde fui menina, e depois jovem, e depois adulta. Porque para eles é não só importante que eu exista, é vital.
Tenho três sobrinhos lindos. E irmãos. Irmãos ao quadrado. De sangue e de alma. E tenho também um emprego, um tecto, sempre uns trocos no bolso, pra cigarros e bilhar, como canta Rui Veloso. Embora "cigarros e bilhar" não se me aplique.
E tenho talento, inteligência, capacidade de melhorar.
Porra, de que me queixo?
Do duplo queixo, só se for...

Já que o meu corpo está doente,

virulento, dou um desconto (50%) à alma, que também parece estar.
Mas sei (SEI) que o que sinto é apenas um ponto de vista enevoado.
Amanhã é outro dia!

É quando estou doente

que me sinto triste por viver sozinha.
Apetecia-me que alguém me levasse uma canja quentinha ao quarto...

(Nada de grave...)

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...