domingo, outubro 31, 2010

Sonhos

Apesar da chuva e de ter que ir trabalhar no que seria a minha folga - hei-de ter outra em substituição - acordei contente.
Sonhei muito e só coisas parvas, comme d'habitude: Fiz um chá de framboesas para uma convidada cá em casa num prato com água fria. E depois aprendi que com água fria não se faz chá. Vi terminar um namoro por causa de um singelo prato de arroz de queijo (isso mesmo, arroz de queijo) disputado entre os dois. Fui jantar a uma papelaria... coisas assim, triviais e estranhas, como talvez a minha vida.
Gostava de me lembrar sempre dos meus sonhos porque têm pormenores hilariantes, mas são tão intrincados que me dá uma trabalheira registá-los, e se não os registo esqueço-os rapidamente. Contudo há algumas coisas recorrentes, que à força de tanto se repetirem acabo por não esquecer: que ando nua ou descalça na rua ou no meu trabalho e não me apercebo; que me surgem portas estreitas, janelas apertadas, caminhos esconsos onde não consigo passar; que por desleixo não terminei o curso, ou não tenho documentos importantes e passou o prazo para os levantar...

(enfim, este post, pela falta de interesse que possa ter para os outros, é mais um registo para mim própria...)

segunda-feira, outubro 25, 2010

Mais ou menos

Trabalhar mais. Acreditar mais. Ser mais feliz.
Recear menos. Comer menos. Sonhar mais.
Caminhar mais. Fotografar mais. Escrever mais. Estudar mais.
Rir muito mais.
Arrumar mais a casa. Arrumar melhor a vida.
Levar-me menos a sério. E por outro lado, levar-me mais a sério.
Dar mais tempo e atenção a quem amo. Dar menos tempo e menos atenção àqueles com quem convivo só enquanto não ganhar o euromilhões.
Conversar mais com Deus. Ouvi-Lo mais. Ouvir-me mais.
Gastar menos dinheiro.


E mais?

Da minha cobardia

Há coisas nesta vida que me assustam tanto, que mexem tanto comigo, que evito cruzar-me com elas. Falo de velhice, doença, morte e coisas assim. Falo da Grande Tristeza, a Tristeza sem consolo, que se apossa por vezes das pessoas e fica. Às vezes, por uma ânsia de vida ou de sobrevivência, tendo a fugir dos locais e das pessoas que espelham essa tristeza que me assusta.

sábado, outubro 23, 2010

Das coisas "imblogáveis".

Num blogue partilhamos algumas coisas, mas não todas. Nos últimos dias houve coisas que me deixaram sem fôlego, desequilibrada, a tremer. Coisas que me obrigaram a voltar a recorrer ao pequeno comprimido cor de rosa para dormir... Começa a passar o desequilíbrio, embora as coisas propriamente ditas sejam daquelas que não passam.

quinta-feira, outubro 14, 2010

sábado, outubro 09, 2010

Eu tenho uma amiga.

Eu tenho bastantes, sou uma sortuda. Tenho amigas com quem sei que posso contar até ao fim dos meus dias e que contarão comigo para o que precisarem e para sempre. Tenho amigas que me conhecem do avesso e a quem não chocam os meus erros e as minhas fraquezas, que não me abandonam, que me fazem rir até quando estou triste. Sou muito feliz nisto.  Muita gente me diz que apenas os homens são fieis e dignos de confiança, que as mulheres são invejosas e maledicentes. Eu e as minhas amigas somos cúmplices, companheiras, repartimos dores e alegrias, encorajamo-nos mutuamente a melhorar e não conhecemos a inveja. Nunca consegui este tipo de relação com homem algum. Embora goste de muitos, embora tenho por muitos um imenso carinho. Um dia escrevo uma ode às mulheres. Às mulheres da minha vida, e às muitas que não conheço, à coragem do amor e da tolerância quase maternais com que (quase) só as mulheres compreendem o mundo.

Desviei-me do assunto. Mas apeteceu-me esta homenagem e este desabafo, que ando cansada de ouvir tantas coisas injustas.

Rebeginemos: eu tenho uma amiga que é uma lutadora, e que mantém um sorriso e um brilho no olhar como conheço poucos. E não é porque a vida lhe sorria sempre. Direi que é antes porque, mesmo por entre as lágrimas, ela sorri sempre para a vida. Conheço-a há pouco tempo, a minha amiga, mas parece-me que a conheço desde que me conheço a mim. E ela lançou-se agora num projecto que é bonito e desejamos feliz. Eu poderia falar-vos desse projecto, mas ela fá-lo melhor.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Repito,

porque hoje preciso muito: Mesmo presa, posso voar. Peço a Deus que me dê uma estrela que me indique o caminho da minha felicidade.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Mesmo presa, posso voar.




Chegou o dia 6 de Outubro e com ele a obrigação de voltar ao trabalho. Chegaram ao fim os longos passeios sem horas marcadas, a maravilha de um tanque cheio de combustível e nenhum compromisso. Os dias enchem-se de nuvens e chuva para me encorajar a voltar.
E é bom ter um trabalho aonde voltar, é certo. Um dia vou ser muito mais livre. Mas por agora é bom lembrar que já sou livre.

terça-feira, setembro 28, 2010

As minhas férias



decorrem ainda, maravilhosas. Estive no Alentejo rodeada de família, e no Algarve rodeada de amigos. Em qualquer dos sítios estive rodeada de silêncio e de beleza.
Fiz coisas que nunca tinha feito, como por exemplo observar pássaros e fazer festas a um cavalo. Tinha (tenho) medo de cavalos. São bichos muito grandes e tenho medo que por alguma desconhecida razão se zanguem comigo. Mas aquele era tão meigo e tão doce! (Olá cavalinho! Não cheguei a perguntar-te o teu nome...)
No Algarve, nas imediações da ria de Alvor, vi flamingos, alcaravões, pintassilgos, um mocho e outros cujo nome não recordo. E passeei muito sozinha - o que eu gosto de passear sozinha! - li e passei horas dentro daquela água azul e tranquila como só nas praias do sul.

domingo, setembro 19, 2010

Hei-de trazer fotos.


Vou ali e já volto. Vou à cata de pegadas de gaivotas, conchas e algas e árvores.


quinta-feira, setembro 16, 2010

Esta gaja!


Hoje acordei com ela às sete da manhã a praticar patinagem, salto em altura e em comprimento, pela casa toda e nas minhas costas.
Agora dormita assim, com este ar de anjinho animal!

(Ah, o gato vadio é agora alimentado pela vizinhança toda, e anda feliz da vida. À Julie também já lhe passou a neura. Já disse que estou quase de férias?)

domingo, setembro 12, 2010

Olá Portugal, olá mundo!

Uma coisa  que me deixa realmente curiosa, inutilmente curiosa, aliás, é esta: quem são vocês, os que aparecem nas estatísticas do blogger e nunca dizem um "olá".
Vá lá, espreitem naquela porta que diz comentários e apresentem-se. Sim? :)
Gosto de vos ter cá, a todos os que estiverem por bem.

segunda-feira, setembro 06, 2010

A minha gata Vagamunda



Que alguém abandonou, porque é muito mansa e meiga, não me parece uma gata de rua. Agora é-o, efectivamente. Não consigo compreender com que estômago se abandona um animal à sua sorte. Chamo-lhe Vagamunda mesmo, porque vaga pelo mundo. Querida gatinha, se eu não tivesse duas congéneres tuas um tanto ranhosas e zangadas, dava-te casa. Assim, dou-te apenas o conforto possível. Comida, água e mimo.

Adenda: parece que tenho que deixar de a alimentar, porque a gajinha não me larga a porta, e a Julie foge-me, esgadanha-se e sopra a tudo quanto mexe. Vai por aqui um pé de vento que não se pode. Acho que vou recomendar a Vagamunda a um abrigo para animais, esperando que seja bem tratada.
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Afinal a gata vadia é um gato vadio, e eu não tenho coragem de o deixar passar fome. Isso vale-me a inimizade da minha gata mais velha. Seja. Vou tentar afastá-lo da minha casa, e continuar a fornecer-lhe as suas refeições.

Ciúmes























Há aí na rua uma gata abandonada que todas as noites me vem pedir comida. E eu dou. Mas a gata Julie, a que se vê na foto, a minha primeira gata, e muito amada, não percebe nada de solidariedade e nem quer perceber. Sei lá porquê sente-se ameaçada, e fica de trombas comigo. Lido mal com isso, D. Julie.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Nas teias de nós, nos nós das nossas teias.

Li agora um post de uma blogger sobre os seus defeitos, que são os defeitos de muitos de nós, e nem sei se defeitos serão. São as arestas da nossa natureza humana.
E fiquei aqui a pensar com os meus botões, eu que neste momento nem botões tenho, que defeitos todos temos mas qualidades também, e que talvez pareça humildade encararmos os nossos defeitos e presunção demasiada sabermos das nossas qualidades. Não acho justa esta coisa de insistirmos em nos vermos sob um ponto de vista negativo, porque não nos ajuda e não ajuda ninguém. Então decidi que hoje, no resto de hoje que me resta, vou apenas pensar nas minhas qualidades.
Façam o mesmo, vá lá. É mais fixe!

quarta-feira, setembro 01, 2010

Continuação?...

Intriga-me esta coisa que agora se diz em vez de "boa tarde", "felicidades", ou um outro voto qualquer. Continuação. Ou ainda, boa continuação. Mas de quê, senhores, de quê? Para mim desejar a alguém uma continuação tem tanto sentido como desejar-lhe um início, ou um fim. Continuemos, então.

terça-feira, agosto 24, 2010

Em Coimbra





Num parque lindíssimo que eu ainda não conhecia, na sexta feira passada, vi e ouvi as águas serenas do Mondego, permeadas duma luz lindíssima, e banhei a minha alma de tranquilidade - a tranquilidade que, no dia a dia, tanta falta me faz.
Há momentos perfeitos, e são muito simples e não custam um tostão: fazem-se de coisas que são de todos, nuvens, luz, relva, praias, águas, pinhais, amigos.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Agora mesmo,

a pagar a àgua, assisti a uma conversa entre dois cromos, sobre as mal repartidas riquezas: Uns sem nada, que somos nós, muitos com pouco e alguns com muito.
É praticamente imoral dizermos que não temos nada, nós, que temos tecto, roupa que nos vista e comida que nos alimente todos os dias. Porque há quem de facto não tenha nada.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Tantas coisas e quase nada, num final de noite.*

Hoje particularmente, tenho muitas saudades dos meus sobrinhos. De abraços limpos e sorrisos a sério. A vida adulta é muitas vezes uma verdadeira merda (não me apetece usar outra palavra) e não nos permitem inversão de marcha ou grandes desvios de percurso. As minhas opções não são muitas vezes verdadeiras opções, são uma espécie de "que remédio"...









* tantas coisas são as que calo, quase nada o que me permito escrever. Um blogue não é um diário.

sábado, agosto 14, 2010

Das coisas que eu digo

Para um rapaz que queria à viva força esconder (com fond de teint - base) uma tatuagem que tinha no pescoço e que eram as iniciais da ex-namorada.
- O amor eterno é muito efémero.

Hipersensibilidade

Ontem um cliente e uma colega de trabalho envolveram-se numa longa discussão sobre o triste estado da nação. E eu a ouvi-los, a conversa tinha sido inicialmente comigo, fui ficando cada vez mais angustiada. Disse-lhes que estavam a perturbar-me e pararam. Há meses que não ligo a televisão. Sou fã da avestruz, que enterra acabeça na areia. Pronto. Era isto.

"O meu coração acompanhar-te-á até aos confins do mundo"

Sai-se de um filme de que se gosta muito como se se viesse de outra dimensão.
Depois do trabalho, donde saí às 23 horas e 30 minutos, fui ao cinema ver Contraluz, o filme a propósito do qual António Feio nos disse "Ajudem-se uns aos outros, não deixem nada por dizer, nada por fazer". Gostei. Muito.
Às vezes é nos filmes que vemos que a nossa vida é parecida e é bonita. Na pele das personagens que somos parece-nos tudo confuso demais, rotineiro e desinteressante muitas vezes. Se virmos em perspectiva, ou, como eu gosto de imaginar, como uma águia de asas abertas e olhar agudo sobre a nossa própria vida, as coisas ganham em beleza e poesia. E como eu gosto de poesia! Nem tanto da dos livros, muito mais daquela que vejo à minha volta quando os meus olhos estão lavados e o meu coração em paz.
No intervalo do filme fui comprar pipocas, eu que nem gosto muito de pipocas, invejei as do vizinho do lado. Achava eu que só se comiam pipocas quando não se gostava do filme, mas pronto, eu comi pipocas e adorei o filme...
De regresso a casa ainda me sentia envolta em magia, a rádio ligada e o frio da noite a embalar-me. Na rádio passou uma das minhas canções preferidas, Muda de Vida, dos Humanos, e - caraças! - apetece-me mesmo. Assim a preguiça não me vença.
Nas curvas do caminho, previsivelmente, caem pipocas pelo chão do carro - não quis pô-las no lixo e... amanhã hei-de contar pipocas e formigas.
Chegada a casa, já bem tarde, ligo-me à net. Vontade de conversar. Sai-se de um filme de que se gosta muito com vontade de dizer coisas. Dizer coisas não é bem conversar, não sei se é mais se é menos, mas é diferente.
Ligo-me à net e leio isto. Sim, temos connosco gente que vale muito a pena - saibamos reconhecê-la nos dias sem (demasiada) dor.

quarta-feira, agosto 11, 2010

O meu coração está inquieto.

Tenho andado nervosa. Mas a verdade é que tenho razões para isso (coisas para resolver que me exigem coragem e determinação) e quero aprender a respeitar as minhas emoções. Elas também me são úteis, se eu aprender a fazer delas uma brisa, não uma ventania.
Deus, põe a Tua mão sobre o meu coração, e tranquiliza-me, porque estás comigo.

domingo, agosto 08, 2010

Hoje o céu esteve cinzento. Mas um calor impossível. Grossas gotas de chuva, grossas mas poucas, carregadas de terra. Sujaram-me o carro e perturbaram a pouca paz do meu coração. Vi e ouvi helicópteros. Os incêndios. Este país, este mundo terrivelmente louco e doente.
Ontem eram só as minhas complicadas ralações laborais, que às vezes insisto em carregar comigo, hoje é a vida que me dói. A vida que todos os dias, sob tantas formas, se mata. Impotência.

Hoje estou triste.

E nem me apetece explicar porquê, porque há coisas que não se contam nos blogues. Eu só conto deste aperto na garganta, deste peso no corpo a tornar-me rentinha à terra...

segunda-feira, julho 26, 2010

Abro as janelas da minha casa pequenina. Destranco os ferrolhos da minha alma pequenina - abro uma fresta para um pouco de paz. Odeio este calor que se abate sobre o meu corpo e me aprisiona os sentidos. Tenho a impressão de que um pedaço do meu coração derreteu. Ou queimou-se, com os incêndios que por aí andam. Odeio incêndios e incendiários. Estou cheia de ódios, hoje. O ódio consome-me mais um pouco do coração já derretido e queimado. Quase não tenho coração. E no entanto tenho ainda o suficiente para me ferir nas arestas da extrema simpatia de algumas pessoas com quem me é forçoso conviver. Estranho como pessoas adultas podem ser tão infantis no pior sentido do termo.
Keep smiling, disse-me uma vez alguém. É tão custoso! Quem vem ajudar-me a afivelar um sorriso, por favor?

quinta-feira, julho 22, 2010

Para ti, Luzinha querida.

Minha doce amiga,
tu sabes que esse tipo de milagres já não acontecem aqui.
A morte dos que amamos dói porque é anti-natura. Não falo disto de cor, tu sabes. Sei que dói mesmo. Dói como se a terra fria pudesse continuar a ser desconfortável a quem já não está no seu corpo.
Mas olha, há milagres. O milagre de sabermos que os braços de Deus darão colo e vida verdadeira aos nossos mortos.
Não queria continuar a falar-te disto. É uma questão de fé, e tu tem-la.
E eu amo-te, Luzinha. Não me passa pela cabeça ter pena de ti. Não a tenhas tu também. A tristeza que hoje sentes é legítima, e precisas de vivê-la. Sabe apenas que a alegria está à tua espera ao virar da próxima esquina, que a abraçarás e ela a ti.
Eu trago-te no meu coração.

quarta-feira, julho 21, 2010

A necessidades de arrumar a casa

deixa-me assim: _____________________________________________________
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___________________ cansada e sem palavras.

terça-feira, julho 20, 2010

Dia dos Amigos


Fui ali ao jardim a ver se encontrava uma flor bonita e fresquinha para colher com a minha máquina fotográfica, para vos oferecer, Amigos!
Em vez disso decidi oferecer-vos uma nuvem. Acabadinha de captar. Fofa e leve como algodão em rama, mas muito mais suave. Uma nuvem onde se possam sentar a descansar, uma nuvem que possam usar como tapete voador, uma nuvem que vos ajude a sonhar.
Gosto tanto de vocês!

domingo, julho 18, 2010

Das coisas que já fiz (ou Experiência de vida)

Já dancei com os pés assentes sobre as botas caneleiras do meu primo, apenas deixando-me guiar.
Já tentei andar de patins e caí.
Já fugi (a correr) dum indíviduo que se dizia apaixonado por mim, e que se havia apaixonado demasiado depressa.
Já provei azeitonas (experiência por demais traumatizante)
Já caminhei tanto ao longo da praia que me perdi e fui ter a uma praia de nudistas - eu era uma adolescente e não gostei particularmente.
Já me perdi na minha própria aldeia.
Já passei uma tarde inteira sentada num muro à espera de alguém que nunca chegou.
Já chorei baba e ranho por causa do meu pai que não me deixou ir à discoteca.
Já fui à discoteca e cheguei à conclusão que tal lugar não valia uma única das minhas lágrimas.
Já me apaixonei.
Já me desiludi.
Já dancei e rebolei na areia da praia, sozinha.
Já comi perninhas de rã.
Já tive pena da rã cujas pernas comi, embora tenho gostado do petisco, porque o bicho morreu apenas para lhe aproveitarem as pernas. Achei que o ideal seria criarem-se rãs geneticamente modificadas que só tivessem pernas. (Eu tinha um conceito estranho de "ideal")
Já provei ração de gato e biscoitos de cão.
Já dormi treze horas seguidas.
Já fiz directas a beber red-bull, a olhar para o mar e a conversar.
Já me ri muito.
Já me jogaram um torrão para a boca que eu tinha aberta por estar a rir.
Já vendi carrinhos de polícia na praia - só um dia.
Já mandei à merda algumas pessoas, mas elas nunca foram.
Já tentei hipnotizar um cão.
Já caí a um rio.
Já fingi estar doente para não ir à escola.
Já me apeteceu fazer o mesmo com o trabalho, mas nunca o fiz.
Já dancei à chuva.
Já...
E vocês?

sábado, julho 17, 2010

Zangada

E desiludida, talvez magoada. Na próxima encarnação quero nascer cão, gato ou formiga, qualquer coisa menos humana. Ensinaram-me a ser honesta e autêntica, coisas que só servem para que outros me enganem com mais facilidade.

sexta-feira, julho 16, 2010

Da vida, da doença, da amizade.

Levei hoje o meu pai a visitar um velho amigo. E há qualquer coisa de comovente num abraço entre dois homens e três muletas.

sexta-feira, julho 09, 2010

sábado, julho 03, 2010

Ideias malucas

Ontem pretendia fazer um bolo para o pic-nic de hoje. O último ovo que juntei à massa, tive dúvidas sobre se estaria ou não bom. Optei por pôr tudo no lixo e não fazer bolo nenhum. Mas antes da sensata decisão ainda ponderei fazer o bolo e comer uma fatia: se não me fizesse mal era porque o ovo não estaria estragado. Hoje ri de mim própria (rimos) a imaginar-me no hospital com uma intoxicação alimentar: Eu só queria tirar uma dúvida - diria - Afinal o ovo estava mesmo estragado! :)

Pique Nique Dique Fique Tique

O pic-nic estava combinado há muito tempo. Acabámos por ir seis pessoas. Duas (quase) não beberam e as outras quatro deitaram abaixo duas garrafas de vinho espumante. Resta dizer que eu me contava entre essas quatro e talvez fique explicado o título deste post. Houve muito sol, uma brisa ligeira, muitos petiscos, muita e boa conversa, e até canções. Por fim acabei por ficar lá sozinha a dormir uma sesta enrolada numa mantinha. Bem, sozinha é que não estava. Eu, que não sabia da existência daquele parque de merendas, muito bem arranjado e com uma pequena praia fluvial, fiquei agradavelmente surpreendida. Afinal as pessoas ao fim de semana não vão todas para os centros comerciais! Subiram vários pontos na minha consideração, as pessoas. :)
Dormi uma sesta, já disse, a cabeça sobre a mala com os meus pertences não fosse o diabo tecê-las... Quando acordei (foi só uma horinha de sono) fiquei a ouvir os vários trinados de pássaros, o som do vento nas folhas das árvores, as conversas longínquas das pessoas... Foi tão bom! E pronto, agora estou cansada. Mas contente.

quinta-feira, julho 01, 2010

O que eu talvez nunca tenha dito

Eu não sou patriota. Gosto da minha terra e das minhas pessoas, como poderia gostar de outras terras e de outras pessoas. Na verdade, eu gostava que o mundo todo fosse uma pátria só. A Terra é a casa que Deus nos deu.
Ao fim do dia uma cerveja fresca e um pacotinho de amendoins, batatas fritas ou coisas similares, engordantes e mal-feitoras. Que BEM que me sabe!

Psicocap

É a palavra que inventámos hoje para falar das nossas dificuldades psicológicas, do que nos ataranta e perturba, ou antes, da própria perturbação.

domingo, junho 27, 2010

domingo, junho 20, 2010

Who am I?

Sempre me habituei a que as pessoas me vissem como uma pessoa muito doce, suave...
Triste também.
Penso que por causa dessa tristeza e da dor que me traz, fui mudando ao longo dos anos. Mudei muito.
Nos últimos anos tenho descoberto cá dentro uma raiva profunda, que sai em catadupa nos momentos menos oportunos. Não tenho controlo sobre mim nessas alturas. Uma coisa vulgar e sem importância pode desencadear uma tempestade emocional violentíssima, agressiva para mim e para os outros. Depois, quando me acalmo (e apenas sozinha me acalmo), penso que nada daquilo faz sentido, que a minha violência é absolutamente desproporcional aos motivos por que surge. E arrependo-me. Se me arrependo! Choro. Fico cansada, fisicamente cansada, como se me tivessem batido.
Ontem passou por mim uma ventania assim. Ou fui, eu própria, uma ventania assim. Hoje, de novo, um momento apenas antes de cair em mim e me crucificar por ser tão impulsiva e impaciente.
E então, lembrei-me de um tempo muito lá atrás, quando eu era menina, em que reagia como agora. Mas pior: quando me passava dos carretos, fazia coisas que não lembravam ao diabo. Atirar com o que quer que fosse à cara de quem me chateava; uma espiga de milho, uma sardinha assada, ou um alguidar de água. Uma vez empurrei uma amiga dum muro abaixo: tive sorte porque ela não se magoou. Passada a explosão, chorava de arrependimento, sempre.
Agora, quarentona, respeito a integridade física dos outros, mas sou à mesma tão violenta!
Gostava de me perceber, porque se me percebesse talvez me pudesse libertar disto.
Tenho que gostar de mim com tudo o que sou, mas tenho muita vergonha destas cenas que faço. Muita.

quinta-feira, junho 17, 2010

Quero sempre alguma coisa nova.

Agora quero muito encontrar uma casinha barata com quintal. Apetece-me um quintal. Apetecem-me flores, alfaces, morangos, apetece-me mexer na terra, apetece-me um quintal. Um murinho e uma cancela antes de chegar verdadeiramente a casa. Um caminho para fazer com pedrinhas e um tapete à entrada que diga qualquer coisa foleira como "bem-vindo".

terça-feira, junho 15, 2010

A ver se.

De cada vez que deixo caír moedas e me dizem que o dinheiro não nasce, fico tentada a testar a veracidade de tal informação. A verdade é que tenho perguntado a essas pessoas se já tentaram de facto, se já o semearam em boa terra de cultivo, adubando, regando, etc. Ninguém tentou.
O investimento não pode ser grande, mas um dia destes semeio uma moeda de cinco cêntimos num vaso ali à entrada da casa. Se se verificar que nasce, fico rica.

Uma informação útil (digo eu)

Leite de magnésia vende-se nas farmácia e é muito bom como anti-ácido. É leite de magnésia, não de magnésio, porque o magnésio não dá leite.

sábado, junho 12, 2010

Na minha óptica,

preciso de uns óculos progressivos. Mesmo. Mesmo, mesmo. Doem-me os olhos. A cabeça.


(Eu não tenho uma óptica. Mas queria ter.)

sexta-feira, junho 11, 2010

Nada a fazer, o tempo baralha-me

Há dias escrevi um recado na agenda lá da loja que dizia que o produto X deveria ser guardado até ao dia 14 de Fevereiro. Escrevi e li. E leram. E riram. E contaram-me. E eu muito séria até perceber que Fevereiro não estava certo, que era Junho.

lol

ou

vergonha

quinta-feira, junho 10, 2010

Indisposição / ressaca.

Sobrinho Tomás:
- Pai, bebe este café para ficares bom e poderes beber mais vinho.

(Tomás, 5 anos)

quarta-feira, junho 09, 2010

Anti-Lopes

Horas antes tínhamos estado a falar neles, os Anti-lopes, vulgo antílopes. Perguntei o que tinham eles contra nós, que Lopes sou. A conversa fluíu para outros temas.
Mas depois, à tardinha, quando me deitei ao lado do meu sobrinho pequenino, e tentei conservar um pedacinho de cama para mim, sem incomodar a criança - meu lindo menino! - adormeci e sonhei com eles. Que tinha que me despachar a dormir, senão vinham os Anti-lopes e empurravam-me da cama abaixo. Mau feitio, o dos gajos!

segunda-feira, junho 07, 2010

Coisas que marcam

Doze anos depois de ter deixado o ensino, ainda me arrepia a visão de escolas secundárias.
Estou em crer que, havendo inferno, e caso eu lá vá parar, ainda me hão-de obrigar a dar aulas a putos indisciplinados.

terça-feira, junho 01, 2010

De olhos fitos nas férias

que são só daqui a quase quatro meses... Sinto uma ânsia enorme de liberdade e descontracção, com a qual a necessidade de ganhar uns trocos não se compadece...
Ontem os meus sobrinhos mais novos vieram visitar-me, com a mãe deles. Fomos à praia talvez só por meia hora. A praia estava quase vazia e não estava muito calor nem muito frio. Rebolámos na areia, fizemos contruções, fechei os olhos e ouvi o mar... foi tão calmante, tão libertador! A caminho do trabalho, a poucos kms daquele completo bem estar, parecia-me ter regressado de uma realidade paralela, ou de um país bem longínquo.

segunda-feira, maio 31, 2010

A gata Julie

é que sabe viver: mia à porta pela manhã quando desço para tomar o pequeno almoço. "Dona, deixa-me ir à rua." Se não lhe ligo e venho dormir um pouco mais, aproveita e faz o mesmo. Depois abro-lhe a porta e ela vai à vida dela. Se se arrepende antes de eu ter saído de casa, volta para trás e pede que lhe abra de novo a porta. Se lhe aprouver fica na rua. Acho que sabe exactamente a que horas eu chego, venha eu de carro, a pé, de bicicleta, o que seja. Não preciso realmente de me preocupar com ela. Foi esterilizada novinha e é, digamos, uma gata decidida, que se move à vontade na cidade, que se afasta dos perigos e sabe o que quer. Aliás, ela bem conhece os perigos: já caiu dum terceiro andar e partiu um vidro a uma carrinha, já foi atropelada e voltou a casa após quatro dias e quatro noites, já se deixou morder numa luta de gatos e ganhou um abcesso na cauda. Do atropelamento ficou-lhe uma imagem de marca, tem apenas meia orelha do lado direito.
Mima-me e deixa-se mimar apenas o suficiente para assegurar que junto de mim encontrará sempre lar e aconchego.
Independente, serena e altiva como só ela.
Numa próxima vida quero ser sábia como esta minha gata. E ter a sorte de ter quem cuide de mim como eu cuido dela. Claro, dispenso os atropelamentos e as quedas.

sexta-feira, maio 28, 2010

Que se lixe!

Eis que acordei hoje com este belo pensamento: que se lixe!
O blogue é meu, o espaço é meu, também o que aqui escrevo de mim é meu, e não tenho porque escondê-lo ou abafá-lo. Continuarei por aqui.
Há joio entre o trigo deste meu campo, mas a verdade é que há joio por aí, e não vamos deixar de ser trigo!

quarta-feira, maio 26, 2010

domingo, maio 23, 2010

O facebook

mostrou-me o rosto de amigos que já não via há cerca de vinte anos, e sobre alguns detive-me a pensar em como estão diferentes... mais velhos, pronto. E depois olho para o espelho, e reparo que os anos, esses vinte, deixaram no meu rosto e no meu corpo marcas semelhantes, mais ruga menos ruga, mais flacidez ou menos, uma variz aqui ou umas mancha de pigmentação além. Não tenho mesmo a noção de que não sou uma menina.

Diz-se que só os corpos envelhecem. E eu acho que é verdade.

sábado, maio 22, 2010

O meu pensamento mais profundo do dia de hoje

Se viajar de comboio é tão cansativo para mim, imagine-se para o comboio!

(não consigo deixar de sorrir com este humor meio infantil que conservo...)


Há cores e nuances, momentos e beleza que a máquina fotográfica não consegue registar. Ou eu não consigo, ok. Gosto da fotografia, mas lembro-me do momento em que esta paisagem me apareceu à frente, num belo domingo a passear de carro. Indescritível, e a foto não lhe faz jus. A natureza comove-me.

quinta-feira, maio 20, 2010

Pedir e agradecer

Voltei à igreja hoje. E não porque não possa falar com Deus em qualquer lado, mas porque o silêncio, a penumbra, as cores dos vitrais, a frescura, tudo na igreja me ajuda. Voltei para Lhe agradecer o que ontem pedi e se cumpriu. Voltei para agradecer a leveza no meu coração. E para pedir outras coisas, para pedir sobretudo que me ajude a melhorar, que limpe os meus pensamentos, que me liberte da revolta...

(Eu sei que lês o meu blog. :) Obrigada, Deus.)

quarta-feira, maio 19, 2010

Acordei com fome às seis e tal da manhã e fui comprar pão. O dia é muito bonito a essa hora, quando os pássaros todos chilreiam e se ouvem melhor, por causa do silêncio das coisas acabadas de acordar.
Voltei para casa, comi e voltei a deitar-me, mas não dormi muito mais. Ando com um nó algures entre a garganta e o estômago, e não chego a perceber se o meu mal é físico, se moral, se ambas as coisas. Também me doem os ossinhos e músculos que me lembram que tive um acidente de viação, e a minha prima, que me conhece quase do avesso, detectou-me a tristeza na voz quando lhe telefonei para dizer uma coisa banal.
E agora vou ali à igreja, porque quero um bocadinho da paz da igreja vazia, e perguntar-Lhe porque ando eu assim, quando prometi não andar mais. E vou ouvi-Lo.

Ou ainda:

"Não faz mal.
Tento de novo.
Falho de novo,
falho melhor."

(Samuel Beckett)

No livro "O triunfo dos porcos"

o cavalo dizia sempre, a cada contrariedade: "Eu trabalharei mais".
Pareço(-me) o cavalo.

Fim de dia.

Hoje, um nó na garganta. Que não só me magoam como eu também magoo. Não só magoo pessoas de quem não gosto, como magoo pessoas de quem gosto muito. E que às vezes o meu coração é uma confusão só.
E que a vida passa, enquanto passamos por ela, distraídos, a olhar para as nossas feridas...

terça-feira, maio 18, 2010

Me confesso



Me confesso de ser charco
e luar de charco à mistura
de ser a corda do arco
que atira setas acima e abaixo da minha altura.
Miguel Torga


Depois do acidente, e de ver como escapei ilesa, e de ter tomado consciência do que poderia ter-me acontecido, agradeci a Deus. Prometi-Lhe e prometi-me não me chatear mais com merdinhas sem importância. Mas continuo a amarrar o burro e a precisar de tempo para digerir coisas que podiam /deviam passar-me ao lado.
É como costumo dizer: eu não engulo sapos. Mastigo-os bem.
Sou dum barro muito muito frágil.

quinta-feira, maio 13, 2010

Intuição

Sempre achei que não era uma pessoa intuitiva. Mas há uns tempos mudei de opinião. Por ter reparado que em toda a minha vida; desde a adolescência, vá; as alhadas em que meti foram sempre por não ter confiado naquela vozinha interior. Orgulhava-me de ser racional. E a intuição não é razão. Mas desde que me deixei de orgulhos, tenho-me dado melhor.

Então, aqui há dias dei por mim a dizer a uma amiga: acho que a intuição é a voz de Deus, que nos guia.

Fiquei a pensar no assunto.

sábado, maio 08, 2010

Hum...

Apeteceu-me cozinhar hoje: uns panadinhos de porco com arroz de legumes que me souberam tremendamente bem. E um bolo de maçã com canela e vinho do Porto, que a Débora me ensinou a fazer, que está ainda no forno e me perfuma a casa com cheiro a aconchego e mimo...
Não sou lá muito doméstica (nem muito nem pouco, confesso) mas gosto de cozinhar, e gostava de ter alguém que comesse comigo cá em casa. Só para mim às vezes é um bocadinho secante.

sexta-feira, abril 30, 2010

Nos últimos dias tenho andado emocionada com a vida. E tudo porque estive a um passo de a perder.
Posso falar disto, agora que já passou, e restam apenas algumas pequenas mazelas físicas. Num acidente na auto-estrada, vi o carro a encaminhar-se na direcção do abismo, eu sem nenhum controlo sobre ele, e pensei "Pronto, vou morrer!" Depois pensei na minha família, no desgosto infinito dos meus pais.
Mas não foi ainda. O carro embateu nos rails da auto-estrada e virou de novo para o lado de dentro. Saí quase sem dores. Chamaram a ambulância e passei 6 horas no hospital, entre Raios X e ecografias, deitada numa maca, com um colar cervical a apertar-me o pescoço, enquanto se despistava a hipótese de ter alguma coisa grave. Nada partido, a não ser o carro, que vai direitinho para a sucata. Pouco me importa, aliás, não me importa de todo. Tenho o peito (ainda) muito dorido e alguns hematomas (grandes), mas mais nada.
Entretanto tive tempo de pensar em muita coisa, e agradecer muito a Deus esta nova oportunidade.

domingo, abril 25, 2010

Soluções para a não-violência

Ouvi há pouco a vizinha do lado dizer para o marido: "um beijo". E não lhe deu beijo nenhum. E isto acontece com todos nós: estando em presença da outra pessoa, dizemos por vezes "um beijo" ou "um abraço", ou qualquer outra coisa do género, e nem nos movemos do nosso lugar.
Então penso que podíamos fazer exactamente o mesmo para evitar sermos violentos: podíamos dizer "um insulto", "um pontapé", etc, e quedarmo-nos por aí. E a nível mundial, que tal sentarem-se os dirigentes de alguns países nas suas confortáveis poltronas e dizerem uns para os outros "um tiro", "um míssil", "uma granada". Assim, só para desabafar.
Que vos parece?

quarta-feira, abril 21, 2010

Coimbra



Aprender coisas, ler, tirar fotografias, fazer experiências. E depois, ir ao psiquiatra para conversar e ajustar a medicação. Ele é uma doçura, muito técnico por um lado, muito humano, por outro lado. Aprendi um nome para aqueles suspiros que às vezes irrompem lás das profundezas do meu sentir: dó(s) de peito.
(e este dó de peito é musical - informa-me o google... fico assim um tudo nada confusa :)...)

Mau olhado



Estava eu no parque em Coimbra, de volta da máquina fotográfica e do manual de fotografia (ando mesmo afim de aprender!) quando me surge esta senhora que me queria ler a sina. A troco de quanto, não sei, não perguntei. Mas lá me foi dizendo que eu sofria de mau olhado e mal de inveja pior que doença, e qualquer coisa que não percebi relativa ao meu casamento... :)
E que me tirava esse mal, que não era nenhuma fortuna.
Disse-lhe que não, que não, e que não, sempre sorrindo. "Keep smiling", como depois me disseram. Que não queria que me lesse a sina, que não havia motivos para que alguém me invejasse, e que não precisava dela para ter sorte, porque até já tinha.
Virou costas.
Fotografei-a.

sábado, abril 17, 2010

Instinto "fraternal"

De manhã, ainda na cama, ouço a gata Nuvem fazer um ruído estranho, como de dentes a ranger e pequenos gritinhos, repetidamente.
O que estará ela a ver? - pergunto-me.
Olho para onde ela olha, e através da janela vejo um lindo passarinho pousado num cabo eléctrico...

sexta-feira, abril 16, 2010

Da tristeza, da força e da alegria

Ontem alguém que me conhece bem disse-me que não escrevesse no blogue coisas negativas da minha vida. "Porque a tua vida não é isso!" e "Não te sentes ainda pior por escreveres essas coisas?"

De facto a minha vida não é a tristeza e o desânimo em que por vezes me afundo. Ás vezes é uma alegria sem porquê, e mesmo nos momentos de trevas sei que uma luz imensa me guia, e que uma força subterrânea há-de fazer-me emergir.

Mas não, não me sinto pior quando escrevo o que sinto. Há sempre algum feed-back que me ajuda, porque sim, sou mimenta, e é nestas alturas de dor que o mimo me faz mais falta. Não espero que o mundo me compreenda e se solidarize comigo, mas espero-o dos meus amigos. E este blogue, conquanto aberto ao público, é para aqueles que me querem bem, conheçam ou não o meu rosto.
E depois acho que a tristeza é tão comum, e tanta gente por aí se sente tão só!... E a obrigação de ser sempre alegre e amordaçar o nosso lado lunar só nos acorrenta.

Sou como sou. Esforço-me, resisto, cresço e mudo. Não tenho porque ter vergonha de mim.

terça-feira, abril 13, 2010

Das pequenas coisas boas



Fiz um arroz de frango delicioso que dava para um regimento - a ver se encontro um regimento que queira cá vir jantar...

E descobri que no youtube também posso aprender técnicas de fotografia.

sexta-feira, abril 09, 2010

Carrossel maluco

As minhas emoções andam a dar cabo de mim. Do mais lá em cima até ao mais fundo, fundo...
Hoje estou.
.
.
.
.
.
assim. Aqui em baixo. Pequenina. Sem forças.

(Mas eu vou ao médico e isto passa. Sim, passa!
Dizem alguns etiquetadores que sofro de uma doença bipolar de grau II. Outros duvidam. Eu também duvido. Mas seja o que for que eu tenha, não há dúvida que inclui depressões cíclicas. E a gente sente-se um trapo. Um verme. Ou qualquer coisa pior. Mas sobrevive-se a isto. E já se sabe que há sempre uma noite entre cada dois dias. Mas o dia vence.)

domingo, abril 04, 2010

Páscoa

Hoje os sinos repicam e acordei contente. A Páscoa tem para mim um significado único, e hoje, maravilha, ainda por cima estou de folga. Vou curtir a rua e os sobrinhos, relembrar que a vida vale a pena.
Luzinha, hoje já me dediquei àqueles projectos. Tens razão, a angústia pode vir em parte daí, de falhar para comigo.

Páscoa feliz para todos!

sábado, abril 03, 2010

Vai-se andando...

Vai-se andando... esperando à noite quando a angústia se instala que amanhã seja melhor. Esperando ao final da tarde o momento de voltar para casa e ficar a sós comigo... porque venho tendo tão pouca paciência para os outros!...
Esperando...
Vai-se andando...

E sei muito bem que isto não é estado de coisas que se apresente, mas neste momento ou o blogue fica calado caladinho ou regista os meus dias. E os meus dias têm sido isto: oscilam entre aquela angústia sem motivo, ou infinitamente maior que os motivos por que apareceu, e a espera. A espera, não a esperança.

Eu sei que passa. Eu sei que passa. "Tudo é passageiro, excepto o motorista e o cobrador", disse-me uma vez um brasileiro no msn. E eu que até já quase me esqueci do brasileiro, nunca mais esqueço que tudo é passageiro. E assim sendo, ainda sorrio.

segunda-feira, março 29, 2010

Isto não anda bem

Não anda, não.
Posso culpar a primavera, posso sempre culpar a primavera. Que põe mais down quem já anda down, e que... Mas a primavera não tem culpa. Eu sei que a primavera não tem culpa, e eu gosto dela, gosto sim.
Ando descontente. Um pouco angustiada.

E há dias particularmente maus.

Mas ainda hão-de vir os particularmente bons.

domingo, março 28, 2010

Desperdícios



Lá fora vai um dia bonito, cheio de sol.
Está a acabar uma semaninha de férias.
Hoje propûs-me passar a ferro, e arrumar a minha roupa. Vou a menos de metade da tarefa e estou muiiito aborrecida.
O dia lá fora está cheio de sol, mas eu estou muiiiito cinzenta.

segunda-feira, março 22, 2010

Lembrete

Actualizar os blogues aí ao lado. Incluir este. Foi a minha descoberta do dia. Da noite, aliás.

sábado, março 20, 2010

De mim, dos outros, do cansaço e do facebook

Graças a Deus sou muito distraída. Vivo perdida e encontrada no meu mundinho, e passam-me ao lado - a milhas - as quezílias, as invejas, as maledicências.
Mas às vezes dizem-me. Contam-me. Forçam-me a ver. E eu que queria tanto não saber! Porque sabendo me enraiveço, me entristeço e me canso. Muito.
Passa das duas da manhã e não faço muito sentido.
Mas hoje voltei para casa com o peso do mundo nos ombros e nos músculos. Tão triste, tão rastejante, tão pouca-coisa, tão quase-verme.
Pensei "vou deitar-me e tomar três comprimidos em vez de um, a ver se durmo três vezes mais."
Mas liguei-me ao facebook, e do outro lado encontrei uma grande amiga. E ao que parece salvámos a noite uma da outra.
Agora sim, vou dormir.

sexta-feira, março 19, 2010

Inspirações

Passando num corredor de um hipermercado com uma amiga, leio: "Banhas, manteigas e margarinas". E acrescento: "era aqui que eu estaria, se estivesse no supermercado" (intua-se: à venda.)

quinta-feira, março 18, 2010

Preciso de

Preciso de abrir as janelas.
Preciso de me encostar a uma rocha perto do mar, preciso de me deitar na areia quente. Preciso da areia quente.
Preciso de limpar esta casa.
Preciso de arrumar esta vida.
Preciso de mim.
Preciso que me passe esta dor de cabeça das coisas adiadas, das tantas coisas adiadas...
Preciso de matar a preguiça e o desânimo.
Preciso de mim.

segunda-feira, março 15, 2010

Há pessoas

esquisitas.
Às vezes sou, eu própria, bastante esquisita.
Mas há pessoas bem mais esquisitas que eu.

Oh ye! Há. E só me ocorre isto. Esse blogue, aliás, foi das coisas mais giras que descobri ultimamente.

(As coisas que se descobrem quando se deixa o facebook!...)

sexta-feira, março 12, 2010

Quando estou muito triste fico cansada.
Quando estou muito cansada fico triste.

O meu cérebro baralha os conceitos, deve ser.

segunda-feira, março 08, 2010

Talvez seja esta,

entre todas, a minha música preferida.
E hoje é para mim.

Ergam lá um copo à minha saúde, que hoje completo 44 anos de vida, e muito feliz estou por isso.

sexta-feira, março 05, 2010

Ser

Desde ontem à noite que um vento me invadiu e ainda não parei de estar feliz. Paradoxalmente, porque me fizeram mal, ou melhor, alguém fez. E isso despoletou dentro de mim uma força imensa, depois das lágrimas. Porque sou muito mais eu. Há em mim amor e inocência, quase nenhuma inveja e muito pouco egoísmo. Há talento e há alegria a jorrar das nuvens.
Façamos um brinde e deixemo-nos de tristezas, Dulce Maria!

quarta-feira, março 03, 2010

Balançar - Mafalda Veiga

Esta música na rádio, mas em dueto com Tiago Bettencourt... Ao longe uns raios de sol com uma luz maravilhosa em leque de céu para terra, do céu para a ria. Conduzir de volta a casa. Vontade de chorar por ser tudo tão belo.

sábado, fevereiro 20, 2010

Há 11 anos

nascia o meu primeiro sobrinho. Lembro-me de tudo. Das muitas horas de espera a passear pela baixa de Coimbra; de chorar quando recebi a notícia; do meu pai que, pela primeira vez desde a morte do A., tirou o fato preto. (Era cinzento claro o fato do meu pai, quando nesse dia cheguei a casa.) Por essa altura a minha vida doía-me tanto! Lembro-me de um tempo tão triste, de tanta incompreensão, duma espécie de dorida e tardia adolescência na minha alma velha. Lembro-me de que as mimosas no caminho para a escola onde eu era professora estavam em flor. E lembro-me de ti, enroscado e minúsculo, vestido de azul. Não azul-bebé. Azul mesmo, azul azul. E o teu rosto pequenino da cor das mimosas - depois passou.
E lembro-me de que nasci mais ou menos por essa altura. Outra vez. Entre as tantas vezes que renasço. Tu fizeste-me pela primeira vez ter vontade de festejar o Natal. Dois meses antes de nasceres: a minha única prenda para toda a família foi aquele cabaz de Natal que enchi de prendas só para ti. Depois de ti começou a alegria, o riso verdadeiro, o abraço sem inibições. Depois de ti - acho - aprendemos todos a ser família. Abriste caminho. Fizeste passagem. E tudo isso só pela força de seres um menino pequeno que nos foi dado. Ainda não sei como vivi tantos anos sem esse amor que agora reparto (extravazo) pelos meus quatro sobrinhos. Sou definitivamente uma pessoa melhor depois de ser tia.
E se em cada um dos meus meninos admiro e amo qualquer coisa única, em ti é sem dúvida a serenidade. Mistura de sensatez, inteligência, humor, amor. Serenidade, chamo-lhe.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O meu Deus improvável

Chamo-Lhe improvável porque não posso provar que Ele existe, nem é necessário.
Chamo-o à minha vida, e acredito que me conduz através dela, embora os passos sejam meus. Vejo a Sua mão em todo o bem que me acontece, e nunca no mal. Nunca nas tragédias, sejam elas minhas ou da humanidade. Porque o meu Deus é o próprio bem. Não me manipula, estrutura-me e ampara-me. Crer n'Ele já me libertou do desespero algumas vezes.
É muito maior do que eu e não cabe nas palavras que eu conheço. Mas cabe inteiro no meu coração, e a maior graça que Lhe peço é nunca me envergonhar da Sua companhia.

Sim, este texto apareceu-me por tua causa, mas já disse não serão estas nossas diferenças que farão alguma diferença.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

...

Eu para uma amiga reencontrada no facebook (o facebook tem coisas boas!):

- Curioso, tu que nunca pensaste ter filhos tens uma menina (ela é família de acolhimento de uma menina de 16 anos), eu que sempre quis ter um filho e viver sozinha com ele, continuo a viver sozinha, sem filho nem filha, só com as gatas. E deve estar bem assim, porque nem sempre sonhamos as coisas certas para nós. Deus sabe melhor do que nós aquilo de que precisamos.

- Bem verdade - diz ela.

Bem verdade, detenho-me eu a pensar.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Bebi um chocolate quente que me soube pela vida! Gosto tanto, e já há tanto tempo que não bebia, que quase me esquecera do conforto do sabor, do cheiro, e da textura de um bom chocolate quente. E as mãos na chávena, quentes. O toque, os sentidos.
Ainda me consolam estes mimos de inverno, mas tenho saudades do verão. Não do sol tórrido, e do cheiro a queimado no ar - há sempre, ou tantas vezes e tão doridas que a mim me parece sempre, um pinhal a arder por perto... - mas do mar, do calor na pele, do cheiro a protector solar...

domingo, fevereiro 07, 2010

Uma das minhas paixões felizes



Fotografar.

Aqui um pedacinho do quintal da casa dos meus pais, com o carvalho que eu plantei há muitos anos, e que cresce por esse céu fora como um grito meu. E as nuvens, as eternas nuvens, e a luz. Ainda vou aprender fotografia mais a sério, prometo-me!

Conversas com clientes

- Quero o perfume mais pequeno. Porque apesar de ser para a minha patroa, e se ela pedir o céu eu dou-lho...
- Mas dá-lhe só um pedacinho pequeno, um cantinho de céu sem nuvens nem estrelas nem luz, que essas coisas encarecem o produto...
- É -riu-se ele.

Gosto - tanto! - de conversar com clientes, dos que riem comigo, dos que não têm demasiados frenicoques. Gosto de ver o mundo aos poucos, no sorriso dos outros, no olhar dos outros. Dos outros que passam, e que talvez eu não veja mais. Isto também é viajar.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Li algures

que só as crianças e os loucos conseguiam passar do choro ao riso e do riso ao choro em segundos. Ando para perceber se sou criança ou louca. Ou as duas coisas, há essa hipótese.

Chorei tanto, hoje! Um choro catártico, acho, porque não foi efectivamente pelas ninharias que me disseram.
O pior é a vergonha... Depois passou. Rapidinho. Mas agora estou muito cansada. Os aguaceiros deixam-me sempre assim.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Enfim, comprei um desumidificador.

A ver se passo a frequentar outras divisões da casa, não apenas o quarto.

Delírio com poucos minutos de duração

Hoje não me apetece nada ir trabalhar. Logo não vou. Telefono e digo: "hoje não vou porque não me apetece". Assim, a verdade. Porque mentir é muito feio.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Na RFM,

vindo eu a caminho de casa, ouço o locutor dizer qualquer coisa como isto: Imagine que encontra o amor da sua vida, aí no meio do trânsito. Quem sabe? Tudo pode acontecer.

E eu, a torcer os pensamentos todos, a ver se chegava lá...
Pode acontecer, como? Provoco um acidente de propósito para conhecer alguém?

Acho que "no meio do trânsito" é o sítio mais improvável. Acho que o locutor tinha bebido vinho ao lanche.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Em diferido


Sozinha, entregue a mim própria na minha aldeia, sem computador, sem net, sem..., tive saudades de escrever. Fui à loja comprar um caderno piroso (o menos piroso de todos os que lá estavam, ainda assim) e uma caneta de ponta fina. Deitei-me no jardinzinho em frente à igreja para fotografar pinhas e trevos. Assim estive uns minutos, eu e a minha máquina, próxima do cheiro da terra, próxima de mim. Quando me levantei para me dirigir ao carro (Escrevo estas linhas sentada ao volante, o carro parado, claro, o carro parado.) reparei em alguém que reparava em mim. Não deve ser comum ver-se uma mulher adulta deitada na relva a fotografar. Não tenho qualquer interesse em ser comum, e nem sequer também me interessa ser diferente. Apenas não me interessa.
Queria tanto uma lente para a máquina, uma lente que me permitisse captar bem as coisas minúsculas e lindas que os meus olhos vêem!... (Com calma, lá chegaremos.)
Cheiro as folhas em branco do meu caderno piroso. Cheira tão bem, o papel novo dos inícios de ano lectivo, dos inícios das coisas, dos recomeços de mim!
E de repente, lembro-me da Carla - "Já tiveste uma letra mais bonita."
- Já sei -digo-lhe. - E a memória da voz da Maria: Mas escrevo!
Ponho a chave na ignição, ligo a música, ligo o carro, vou ver se vejo os meus sobrinhos.
(Vi-os)

terça-feira, janeiro 19, 2010



Acordo destas férias bonitas cansada de mim. Cansada de nada ou pouco fazer para mudar o muito que está mal, em mim e à minha volta. Hoje tive um acesso de tremores como há muito não tinha, a caminho do local onde trabalho. O meu corpo a gritar-me "Muda de vida!"

Toda a mudança começa por dentro de mim, e só eu a impulsiono e a faço possível, no tempo certo.
Não vou parar de crescer, não quero.

elis regina - casa no campo

Para recomeçar, uma canção que me emociona.

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...