segunda-feira, maio 31, 2010

A gata Julie

é que sabe viver: mia à porta pela manhã quando desço para tomar o pequeno almoço. "Dona, deixa-me ir à rua." Se não lhe ligo e venho dormir um pouco mais, aproveita e faz o mesmo. Depois abro-lhe a porta e ela vai à vida dela. Se se arrepende antes de eu ter saído de casa, volta para trás e pede que lhe abra de novo a porta. Se lhe aprouver fica na rua. Acho que sabe exactamente a que horas eu chego, venha eu de carro, a pé, de bicicleta, o que seja. Não preciso realmente de me preocupar com ela. Foi esterilizada novinha e é, digamos, uma gata decidida, que se move à vontade na cidade, que se afasta dos perigos e sabe o que quer. Aliás, ela bem conhece os perigos: já caiu dum terceiro andar e partiu um vidro a uma carrinha, já foi atropelada e voltou a casa após quatro dias e quatro noites, já se deixou morder numa luta de gatos e ganhou um abcesso na cauda. Do atropelamento ficou-lhe uma imagem de marca, tem apenas meia orelha do lado direito.
Mima-me e deixa-se mimar apenas o suficiente para assegurar que junto de mim encontrará sempre lar e aconchego.
Independente, serena e altiva como só ela.
Numa próxima vida quero ser sábia como esta minha gata. E ter a sorte de ter quem cuide de mim como eu cuido dela. Claro, dispenso os atropelamentos e as quedas.

3 comentários:

Matilda disse...

:)

andarilho disse...

risadas.... só tu Papoila....


beijus.... cuida-te maila gata...

Ana disse...

ahahah quando for grande também quero ser assim!:P

(dispenso o abcesso na minha cauda lol)

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...