domingo, setembro 30, 2012
Reflexões duma mulher sem pulgas
Tenho a ideia de que mereço da vida mais do que ela me tem dado, e ao mesmo tempo muito menos. O que me falta ainda o alcançarei, ser-me-á dado, e o que tenho sem qualquer mérito só me resta agradecê-lo e ser generosa. Reparti-lo. Obrigada, Abba. E perdoa-me por me esquecer de Ti, vezes e vezes sem conta. Tantas que me sinto indigna de voltar.
sábado, setembro 29, 2012
Remorsos
Eu tinha duas gatas, a Julie e a Nuvem. A Julie era uma vadia que não parava em casa, e que na rua, segundo a veterinária por causa do stress das bulhas com os outros gatos vadios, apanhava constantemente fungos, cujo tratamento me ficava bem caro. Custava fechá-la em casa e deixá-la a chorar todo o dia. Decidi levá-la para o campo, para casa da minha mãe, onde ela teria toda a liberdade do mundo, muito espaço e muito verde, e onde a minha mãe a trataria.
Assim que a pus no chão a gata desapareceu. Eclipsou-se. Fiquei lá um dia e cansei-me de a chamar. Nunca mais se viu. Não tendo feito de propósito, foi como se a tivesse abandonado... Chorei dois dias seguidos, e depois decidi que já chegava de tanto choro. Ainda tenho remorsos. Ainda imagino a minha gata a passar fome por aí, sentindo-se abandonada, e ainda espero por ela. Que apareça. Lá ou cá. Que apareça. Fica em jeito de confissão de uma coisa má que eu fiz e que já não posso corrigir. Agora só tenho a Nuvem.
Assim que a pus no chão a gata desapareceu. Eclipsou-se. Fiquei lá um dia e cansei-me de a chamar. Nunca mais se viu. Não tendo feito de propósito, foi como se a tivesse abandonado... Chorei dois dias seguidos, e depois decidi que já chegava de tanto choro. Ainda tenho remorsos. Ainda imagino a minha gata a passar fome por aí, sentindo-se abandonada, e ainda espero por ela. Que apareça. Lá ou cá. Que apareça. Fica em jeito de confissão de uma coisa má que eu fiz e que já não posso corrigir. Agora só tenho a Nuvem.
quinta-feira, setembro 27, 2012
Espelho meu...
Mulher muito menina, às vezes eu acho que sou extraordinária. Que se eu fosse outra pessoa que não eu, e existisse à mesma uma eu que fosse esta, as duas haviam de gostar muito uma da outra...
Adoro falar para ninguém perceber! :)
Adoro falar para ninguém perceber! :)
sexta-feira, setembro 21, 2012
Cuidar de nós
Atravesso um período de falta de motivação, e inércia, e a coisa tem que mudar. Por todos os motivos, e principalmente porque tal estado me é desconfortável. Muito.
As férias, tendo tido coisas muito boas, foram cansativas. Porque, com os meus quase cinquenta anos, preciso de algum sossego, e ter andado de um lado para o outro, mais o calor excessivo do Alentejo, me entorpeceu. Ah, pudesse o Alentejo ter só a temperatura amena dos fins de tarde... ou tivesse eu paciência para dormir sestas estando de férias...
Para que conste, participei na minha primeira manifestação: "Que se lixe a Troika. Queremos as nossas vidas!" 15 de Setembro. E congratulei-me com a mole de gente pacífica que apenas queria dizer que não quer que nos destruam. E, não fora eu ter um trabalho de horários irregulares e estranhos (os horários dos centros comerciais), participaria doravante em tudo o que desse continuidade a esta luta. Por mim, pelas crianças de futuro confiscado, pelos muitos de nós, portugueses, que vivem abaixo dos limites da miséria, pelos muitos que têm fome, e filhos, e nada para lhes dar. Eu digo e repito que nada percebo de política. Apenas tenho a certeza de que é uma possível uma distribuição mais equitativa dos sacrifícios, e que é necessário olharmos para além dos nossos umbigos e levantarmos a voz por quem já não tem voz.
As férias, tendo tido coisas muito boas, foram cansativas. Porque, com os meus quase cinquenta anos, preciso de algum sossego, e ter andado de um lado para o outro, mais o calor excessivo do Alentejo, me entorpeceu. Ah, pudesse o Alentejo ter só a temperatura amena dos fins de tarde... ou tivesse eu paciência para dormir sestas estando de férias...
Para que conste, participei na minha primeira manifestação: "Que se lixe a Troika. Queremos as nossas vidas!" 15 de Setembro. E congratulei-me com a mole de gente pacífica que apenas queria dizer que não quer que nos destruam. E, não fora eu ter um trabalho de horários irregulares e estranhos (os horários dos centros comerciais), participaria doravante em tudo o que desse continuidade a esta luta. Por mim, pelas crianças de futuro confiscado, pelos muitos de nós, portugueses, que vivem abaixo dos limites da miséria, pelos muitos que têm fome, e filhos, e nada para lhes dar. Eu digo e repito que nada percebo de política. Apenas tenho a certeza de que é uma possível uma distribuição mais equitativa dos sacrifícios, e que é necessário olharmos para além dos nossos umbigos e levantarmos a voz por quem já não tem voz.
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