quinta-feira, dezembro 07, 2006

À luz da lua

Há bocado... ploc... falhou a luz e a minha vida apagou-se. Salvo seja.
Apagou-se o computador, a luz do tecto, o aquecedor a óleo. À falta de inspiração e de paciência fui deitar-me. Claro que não tinha sono.

Não gosto, confesso que não gosto nada que me faltem estas comodidadezinhas pequenas.

Nasci na aldeia, e durante alguns anos da minha vida (julgo que quatro), a minha aldeia não tinha luz eléctrica. Nem frigoríficos, nem televisões... À noite acho que se acendia um candeeiro a petróleo e as noites também nunca eram muito longas porque nos deitávamos cedo e cedo erguíamos (dá saúde e faz crescer, sim, mas olhem que eu só tenho um metro e cinquenta e três, e agora que por minha conta e risco contrario as regras do bom crescimento, também não me sinto encolher...) Em suma, não me lembro. Não me traumatizou. Mas aos quatro anos habituei-me a acender a luz, a combater a noite, e a minha vida engrenou. Melhorou. Não tenho nenhum medo do escuro, mas tenho medo da natureza, das suas imensas forças que me ignoram, das trovoadas, das violentas intempéries, de tudo o que me faça ficar exposta e abandonada à minha sorte. Tenho medo dessas coisas mesmo quando são ainda apenas receios (pressentimentos) meus.

Gosto da luz acesa, mantenham a luz acesa.

1 comentário:

deep disse...

A electricidade chegou à aldeia onde, desde sempre, passei férias muito antes de eu nascer, mas lembro-me de não haver água canalizada nem casa de banho na maior parte das casas. Vivia-se naquela altura, mas hoje também não me imagino sem as comodidades todas.

Por aqui, a noite passada, também faltou a luz. Felizmente já era mais do que horas para me ir deitar.

Tem um óptimo fim-de-semana.

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...