sexta-feira, março 30, 2007

Ideias peregrinas

Às vezes ocorre-me a ideia peregrina de que a minha vida é improdutiva.
Porque a minha responsabilidade é apenas cuidar de mim, e nem sempre o faço bem. Não há ninguém que precise efectivamente da minha presença, da minha assistência, da minha existência. Sou dispensável. A não ser talvez para as minhas gatas, que precisam que lhes compre Friskies...
E nenhuma outra forma de vida me convinha, essa é que é essa!

Isto não é uma queixa, apenas uma reflexão.

7 comentários:

Vida de Praia disse...

"Não há ninguém que precise efectivamente da minha presença, da minha assistência, da minha existência. Sou dispensável."
Como psicóloga já ouvi esta frase 100.000.000.000 de vezes - e até hoje em nenhuma delas se veio a encontrar um fundo de verdade ... hmmm... dá que pensar no poder dos sentimentos, que destorcem a realidade de maneira exímia e quase invisível ao olho nu. Espero que o sono os tenha dissipado durante a noite ; )

Vilma disse...

Dentro do mais profundo do nosso ser, existe esse desejo profundo de ser indispensável, amado, querido.
Mas cada um de nós tem um lugar único. E tenho a certeza absoluta de que farias falta sim...se olhares bem aos detalhes à tua volta, encontrarás pessoas que precisam de ti.. ainda que nem sempre te apercebas disso!

Miguel disse...

Bem....
Acho que toda a gente precisa de toda a gente de uma forma geral... mas admitindo que não queres ver a coisa de uma forma tão genérica deixo-te apenas uma pergunta: Não foste tu que te tornaste indispensável para as tuas gatas?

Ana disse...

Mas ai eh que estas enganada! Todos precisamos uns dos outros.

Anónimo disse...

Que tal fazeres a contabilidade para quem sente a tua falta começando por meter os 3.926 que te lêem ??

Depois podemos continuar a analisar essa visão tão invernosa para a tal aprendizagem do invencível verão...;o)

tikka masala disse...

Amiga, eu sou pessimista e, por isso, em vez de te dizer que és indispensável, vou dizer-te que sinto o mesmo, muitas vezes. Sei que eu, como toda a gente, sou dispensável. Às vezes penso no que seria da minha filha, por exemplo, se eu morresse. E a verdade é que ela sofreria, mas sobreviveria. Porque o meu lugar, como o lugar de uma planta que se arranca pela raiz, seria ocupado por qualquer outra pessoa. A vida é mesmo assim.
Mas eu sou-me indispensável. Sem mim, não consigo viver. Se me foi dada a oportunidade de cá vir, seria estúpido desperdiçá-la. Umbilicalista? Talvez. Mas pelo menos assim acho que não vivo na ilusão.

Avozinha disse...

Como? Como tal?

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...