em que só me apetece enroscar-me assim. Quentinha. O mundo lá fora.
Antigamente eu dizia que queria dormir, dormir, dormir. Pôr o despertador a tocar para "daqui a duzentos anos". Acordava, ia à janela espreitar e via que já não havia mundo. No frigorífico haveria uma garrafa de champagne para eu comemorar o fim do mundo, assim como quem comemora o fim do ano.
Parvoíces, claro!
Quem me dera hoje que o mundo resistisse a pé firme, apesar do muito que o mutilamos. Que houvesse terra, luz e verde, paisagem e oxigénio para os nossos filhos. "Nossos filhos" é forma de dizer, claro!
Já fui tão tonta! Às vezes ainda sou, mas já fui mais.
E este ano, 2007, decidi deixar de dizer mal de mim, e renascer. Olhar com olhos límpidos as coisas, as pessoas, e a mim entre as pessoas.
Ousar ver o que não está claro, ser lúcida mas serena. Perdoar. E pelo perdão tornar mais claras, lúcidas, limpas todas as coisas.
Este é o ano das limpezas. Do Omo. Omo lava mais branco. Ómenos isso.
2 comentários:
Quando me sinto assim, só me ocorrem as palavras de Mário de Sá-Carneiro: "Ah! Que me metam entre cobertores e não me façam mais nada/ Leito fofo, lã vermelha (...)".
Omo lava mais branco! Ha duzentos anos que nao ouvia isso, deu-me vontade de rir.
Saber perdoar e dificil...ando a aprender.
Beijinhos
Ana Felpuda
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