segunda-feira, setembro 18, 2006

As desculpas não se pedem,

evitam-se. - Dizem alguns, seguros da sua razão.
Eu, que tenho sempre muitas dúvidas e todos os dias me engano, não sei.
Peço desculpa, sim, peço sentidamente.
Até que o outro, às vezes talvez por cansaço, me perdoe.
Peço e sinto necessidade de pedir desculpa de todas as vezes em que deixo a raiva tomar conta de mim, e depois vejo que não tinha razão para isso.
Mesmo quando são as circunstâncias que me enganam, sinto-me sempre muito mal por dar mais crédito às circunstâncias que às pessoas.
"Por favor, desculpa." Digo-o muitas vezes.
E sinto sempre que dizê-lo de coração aberto é o único bálsamo possível. Para todos os ferimentos. (O agressor também se fere.)
As desculpas nem sempre se podem evitar.

9 comentários:

Xuinha Foguetão disse...

Concordo contigo, Dulce!

Mas se os pedidos de desculpa forem feitos de coração aberto... não há como resistir.

Beijocas grandes

Anónimo disse...

Sobre o assunto, quem está mais actualizado é o Papa.
Mas que grande bronca!

Dulce disse...

Deprofundis, e custava muito o Papa pedir desculpa directamente como queriam os muçulmanos, em vez de "lamentar ter sido mal interpretado"? É que se calhar, ele nem foi mal interpretado... O problema será talvez a famigerada infalibilidade papal. Mas não conheço nenhuma papa infalível! :p
Eu sou cristã, e posso não nutrir muita simpatia pelo Islão, mas isso dá-me o direito de generalizar e de os ofender?
(Posso não estar a ver bem a coisa... Alguém que me explique melhor, se for o caso)

deep disse...

Não posso deixar de concordar contigo. Sermos orgulhosos em determinados momentos só nos afasta dos outros, gerando desconfiança e ressentimentos, que mais tarde são verdadeiros muros de gelo - não estou a exagerar! "Tudo a seu tempo tem seu tempo", como escreveu o Pessoa, máxima que também se aplica aos pedidos de desculpa...
Tem uma boa semana.

Margarida Atheling disse...

Estás completamente certa!
Às vezes também sinto necessidade de pedir desculpa, de coração nas mãos. E não resisto quando me fazem o mesmo.

Dizer que as desculpas se evitam, é redutor e utópico. É o mesmo que dizer, e assumir, que é possível não cometer nunca erros.
Errar é humano, arrenpendermo-nos e pedirmos desculpa, também!

Beijinhos!

Anónimo disse...

Vamos por partes. O Papa não disse nada de errado. E, claro, está no seu direito. Apenas foi imprudente e insensato porque, no contexto actual, os ocidentais vivem na lei da rolha. Não se pode dizer nada dos coitadinhos dos muçulmanos que eles começam logo numa gritaria dos diabos.
Mas uma coisa é cetra: hoje, tal como o cristianismo no passado, o Islão apela à violência. É certo que há os moderados, mas quem puxa a carroça são os extremistas. E os moderados AINDA não tomaram qualquer medida enérgica pata suster a violência.

Dulce disse...

Obrigada, moralista! :)
Tenho pensado nisso... Mas se o Islão apela à violência, tb a Igreja apelou, outrora... E ainda hoje exerce violência, de outras formas. E depois quem paga as favas das teimosias e das sabedorias duns e doutros, é sempre o mexilhão. Mas eu baralho-me toda a perceber essa gente... :(

Anónimo disse...

O facto de o cristianismo no passado ter exercido violências — e não foram poucas nem de pequena monta — não dá direito a outras religiões o fazerem. Nem sequer serve de atenuante.

Olga Correia disse...

Quando não se podem evitar, pedem-se. Concordo contigo em género, número e grau.
:)

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...