segunda-feira, agosto 07, 2006

Ai, esta dependência do carro!...

Mesmo velhinho - idoso, diria - e cheio de problemas, faz-me muita falta. Quando fico sem ele, sinto-me incompleta, especialmente quando não estou na minha casa. Assim foi hoje, em casa de uma amiga, enquanto o carro se arranjava. O calor impedia-nos de andar na rua à vontade, e ela tinha muito que fazer.
Tentei até dormir, mas irritava-me a ideia de dormir em pleno dia. Fiquei assim, sem saber o que fazer com os meus braços, as minhas pernas, as minhas vontades, a falta delas, a falta de espaço. Acabei por me rir a bandeiras despregadas com as refilices das crianças da casa. A B., de 11 anos, queria que eu jogasse Pictionnary, mas eu não estava com paciência. O P., de quatro anos, queria jogar com a irmã:
- Mas ele não sabe ler, assim não dá! - dizia ela.
E ele, zangado, a afastar-se:
- Pronto, se dizes que eu não sei ler, NÃO LEIO!

Ao final da tarde, acabámos na piscina municipal quase vazia. Soube tão bem! A água refrescou-me as ideias, o cloro aclorou-mas.
Depois o carro ficou quase pronto (ainda tem que lá voltar) e vim para casa.
Lar, doce lar. (Mesmo quando me aborreço, é melhor aborrecer-me na minha casa!)

1 comentário:

tikka masala disse...

Bonito, como sempre. Dá gosto. Um tema tão trivial e um texto tão especial!

E quando és tu a errar (muito)?

Tenho passado um longo período a descrer dos outros, a proteger-me de quem me faz mal, ou me quer mal, e ontem descobri que tenho sido muito...